Manifestantes de Paraisópolis são recebidos por Doria

Grupo protesta contra a morte de nove jovens após ação da PM em baile funk

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São Paulo

Moradores da favela de Paraisópolis (zona sul de São Paulo) promoveram um protesto na noite desta quarta-feira (4) por conta da morte de nove jovens, supostamente pisoteados, na madrugada do último domingo (1), após uma ação da Polícia Militar em um baile funk.

Por volta de 21h, um grupo com manifestantes e parentes de vítimas foi recebido pelo governador João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, também na zona sul. 

Moradores de Paraisópolis protestam contra a morte de nove jovens no fim de semana, durante ação da Polícia Militar em um baile funk na favela da zona sul de São Paulo - Regiane Soares/Folhapress

Antes de falar com o  tucano, o grupo teria sido recebido pelo chefe da Casa Militar, Walter Nyakas Júnior, pelo secretário de Comunicação, Cleber Mata, e por um representante do gabinete do governador.

Em nota, a assessoria do governador disse que Doria ouviu relatos de duas mães que perderam seus filhos e "reiterou compromisso de rigor e transparência em relação a investigação das mortes".

O grupo permaneceu cerca de duas horas no palácio. Na reunião, segundo a nota do governo, entre outros, estavam integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), Dimitri Sales, o secretário da Segurança Pública, general João Camilo Campos, e o líder comunitário de Paraisópolis, Gilson Rodrigues. 

O grupo definiu que um novo encontro será realizado no Palácio dos Bandeirantes na próxima segunda-feira (9), com a presença do governador e de parentes das nove vítimas.

Manifestação

Com palavras de ordem, os manifestantes pediram justiça. Eles seguiram no fim da tarde em direção ao palácio para tentar a audiência com o governador. 

O trânsito na avenida Morumbi chegou a ser paralisado. Famílias de duas vítimas participam da manifestação, uma delas é a de Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos. Na frente da passeata, manifestantes seguravam uma faixa com as fotos das nove vítimas.

Investigação

 O Ministério Público de São Paulo está investigando como homicídio as nove mortes ocorridas no domingo (1º) em um baile funk na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital.

Os nove jovens, com idades entre 14 e 23 anos, teriam morrido pisoteados após uma intervenção da Polícia Militar no local. Familiares das vítimas e participantes do baile, no entanto, contestam essa versão.

Vídeos

Desde a tragédia, vídeos que supostamente mostram a ação policial dentro da favela começaram a circular nas redes sociais.

Em um deles, um policial militar aparece agredindo jovens com uma barra em Paraisópolis. Ele foi afastado do policiamento de rua nesta terça-feira (3), segundo o setor de comunicação social da corporação. Um Inquérito Policial Militar, de abuso de autoridade, foi instaurado para investigar a conduta do agente. A defesa do PM não havia sido encontrada até a publicação desta reportagem.

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