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É muito interessante como a nossa percepção das coisas vai se transformando ao longo do tempo. Outro dia ouvia em casa um bolachão da banda de rock The Clash. Aliás, um "LP" que comprei na antiga loja de departamentos Mesbla, no longínquo ano de 1985.
O disco em questão, "Combat Rock", na época parecia um rock superpesado. Mas ao ouvir as canções de Joe Strummer e sua turma 30 e poucos anos depois, tenho a impressão de ouvir músicas para relaxar.
Também é impressionante quando confrontamos as imagens televisivas em alta definição da tecnologia atual com imagens captadas apenas alguns anos atrás. Imagens da Copa da África do Sul, realizada em 2010, parecem coisas do arco da velha, mas nem completaram uma década sequer. Vimos Xavi e Iniesta brilharem outro dia, mas as imagens são tão "gastas" que poderia jurar ser de décadas atrás.
Ao assistir novamente aos jogos da seleção de 1994, que hoje celebra os 25 anos da conquista do tetracampeonato mundial, fiquei estarrecido em checar como as imagens eram tão pobres no quesito resolução. Porém, naquela época, eram incríveis!
Eu me recordo muito do jogo da semifinal contra a Suécia. Fui fotografar para uma reportagem um operário de uma cervejaria que controlava algumas caldeiras, e não podia deixar seu posto durante as partidas do Brasil na Copa. Assistimos juntos à partida através de um pequeno televisor de 5 polegadas, daqueles que sacoleiros traziam do Paraguai, com um bombril na ponta da antena para garantir a qualidade da imagem.
A ansiedade de ver o Brasil numa final de Copa do Mundo pela primeira vez era enorme. Sofremos juntos com as defesas impossíveis do goleiro sueco Thomas Ravelli. Pouco importava a imagem na tela de cinco polegadas.
Depois de o baixinho Romário converter de cabeça e garantir a seleção brasileira na final do Mundial, tudo era maravilhoso. Faltava pouco para o tetra!