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A Copa do Mundo dos sonhos é impossível de ser disputada em 30 dias: o ideal são seis semanas. Afinal, além dos longos quatro anos de espera, os atletas precisam de um tempo decente de descanso durante a competição para que possam oferecer seu melhor repertório, com chutes, dribles, lançamentos e gols.
No Mundial ideal, há grande diversidade em campo: jogam magros e gordos, grandões e baixinhos, jovens e veteranos. Índios, brancos, negros e orientais têm presença certa.
Cai-cai? Nunca! No máximo, o médico aparece para fazer um rápido curativo na ferida aberta ou massagem, embora as lesões, quase sempre sem maldade do rival, sejam inevitáveis.
Diferentemente do que nos acostumamos, o polêmico VAR, o árbitro de vídeo, não é nada polêmico: a conversa com o assistente é feita em alto e bom som, as imagens aparecem no telão e tudo se resolve rapidamente. O juiz é soberano e sua autoridade é incontestável.
No torneio perfeito, os placares são elásticos, sejam nos confrontos acirrados ou nas goleadas implacáveis, que fazem um famigerado 7 a 1 parecer um confronto sonolento. A cada gol, e são muitos, a emoção toma conta, desconhecidos comemoram juntos.
Nas arquibancadas, tomadas por crianças e fãs de todos os cantos do mundo, não se ouvem gritos homofóbicos, xingamentos a técnicos e ameaças a torcedores rivais. As pessoas recolhem seus próprios lixos e não há sinal de violência.
Pela TV, narradores e comentaristas são didáticos, objetivos, espontâneos e até engraçados, longe da petulância, parcialidade e ufanismo que, vez ou outra, nos fazem diminuir o volume nas transmissões.
Zebras, claro, são essenciais. Outrora sacos de pancadas, seleções como Fiji, País de Gales, Japão e até Estados Unidos têm a chance de complicar a vida de potências como Inglaterra, Argentina e França.
O Mundial dos sonhos existe. Quem ainda não ligou a TV na madrugada ou de manhã, na ESPN, para dar uma espiada na Copa do Mundo de Rúgbi, no Japão, não sabe o que está perdendo.