Metalúrgicos da Ford no ABC retomam produção após 42 dias
Paralisação começou em fevereiro, quando a Ford anunciou o fechamento da fábrica
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Após 42 dias de paralisação, os trabalhadores da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (ABC) retornaram aos postos de trabalho nesta terça-feira (2). Eles estavam parados desde o anúncio feito pela montadora, em 19 de fevereiro, de que a unidade será fechada até o final deste ano.
Antes disso, os metalúrgicos vinham trabalhando três dias por semana devido ao volume de produção. Agora, segundo o coordenador do comitê sindical, José Quixabeira de Anchieta (o Paraíba), serão dois dias de trabalho por semana, o necessário para produzir 1.700 automóveis (Fiesta) e 843 caminhões até o fechamento da planta.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, a decisão de retomar a produção é estratégica. “Para a fábrica interessa produzir, pois tem compromissos comerciais. De nossa parte, nos interessa que os investidores tenham como conhecer o funcionamento da fábrica, como é o processo de produção e, principalmente, a qualificação dos trabalhadores”, afirmou.
A retomada acontece em meio ao avanço de negociações para que o grupo Caoa compre a planta de São Bernardo, segundo fontes do setor. A Ford chegou a fechar acordos de confidencialidade com pelo menos três empresas interessadas em comprar a fábrica.
A assessoria de imprensa do sindicato da categoria negou que a volta dos trabalhadores à unidade tenha relação com a Caoa, mas disse que, independentemente de quem seja o comprador, é importante que a qualidade da produção possa ser vista de perto, o que só é possível com a volta dos metalúrgicos ao trabalho. Ainda segundo a entidade, a Ford começou a se abrir para conversar com representantes dos trabalhadores. Exemplo disso é que o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) já está garantido.
A montadora confirmou a informação. “Foi definida a PLR no valor de R$ 17.640 para todos os funcionários, a ser paga em duas prestações e atrelada ao cumprimento das metas da operação de São Bernardo em 2019”, disse a empresa, em nota.