Pais pesquisam material escolar e buscam livros usados para poupar
Procura por itens do material escolar já é alta no comércio popular de São Paulo
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Pesquisa do Procon-SP mostra que a diferença em itens do material escolar pode pesar no bolso dos consumidores. Um simples conjunto de canetinhas da mesma marca pode custar até R$ 35,40 a mais.
Comparar preços entre as lojas continua sendo a estratégia de pais para economizar no volta às aulas. A orçamentista Rita de Cássia Oliveira, 41 anos, saiu da Casa Verde (zona norte) em busca de bons preços em lojas da rua 25 de Março (região central). “Aqui os produtos parecem 40% mais baratos do que nas lojas do bairro em que fiz cotação”, diz ela, que é mãe de uma estudante do quarto ano do ensino fundamental.
O contabilista Clayton dos Reis, 41, adquire livros paradidáticos de segunda mão para o filho de 12 anos. “Procuro vender os já lidos pelo meu filho a preços módicos e conversar com pais de alunos mais velhos para comprar deles”, relata.
Mãe de dois alunos matriculados na rede municipal, a artesã Edilma Glória, 41, pesquisava valores de mochilas e outros itens. “Como sempre atrasam a entrega dos materiais, vou comprar o básico para eles.” Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que a entrega dos kits deve ser realizada nas diretorias regionais de ensino na última semana do mês.
Itens estão mais caros
A lista escolar está 3,71% mais cara em relação ao ano passado, ainda de acordo com o Procon-SP. Para Ricardo Carrijo, diretor da Abfiae (Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares) e da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), a alta é mais expansiva: 8%.
O economista Emílio Alfieri, da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), também vê uma tendência de aumento nos valores, mas, mesmo assim, um ganho de 3% no volume de vendas. "A expectativa é que os preços, de modo geral, subiram mais do que a inflação acumulada ao longo de 2019, pois tem muita coisa de papel, que é commodity e varia de acordo com o dólar”, diz. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2019 é de 4,31%, conforme divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além de comparar preços, inclusive pela internet, Alfieri lembra que o comércio geralmente oferece descontos. “A dica é pesquisar em lojas e barganhar desconto para pagamento à vista ou em dinheiro, que é uma possibilidade recente”, indica.
Impostos
Tributos podem corresponder a até metade do preço dos itens usados por estudantes. Estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) mostra que 15,52% do preço dos livros escolares é referente a impostos. A porcentagem é de 34,99% e 49,95% para cadernos universitários e canetas, respectivamente.