Bancários encerram campanha com reajuste de 1,5%
Acordo é válido até 2021 e mantém as regras da PLR; sindicatos falam em vitória da categoria
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Os bancários da Grande São Paulo aprovaram a proposta feita pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e encerraram a campanha salarial de 2020 com reajuste de 1,5%. A nova convenção coletiva de trabalho será válida por dois anos.
A proposta dos banqueiros foi aceita pelos trabalhadores em assembleias realizadas entre segunda e terça-feira (dias 31 de agosto e 1º de setembro) pelos seis sindicatos que representam a categoria nos 39 municípios da região metropolitana. Também foram aprovados os acordos coletivos específicos dos funcionários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Além do reajuste de 1,5%, os bancários terão abono salarial de R$ 2.000. Benefícios como vale-alimentação, vale-refeição, auxílio-creche e 13ª cesta alimentação serão corrigidos pela inflação -a estimativa é que o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fique em 2,74%. As regras da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) serão mantidas e também será aplicada a reposição inflacionária.
Para 2021, o acordo negociado prevê que os salários, benefícios e a PLR terão, além da correção da inflação, aumento real de 0,5%. Os sindicalistas ainda tentarão negociar com os bancos a criação de cláusulas específicas para o home office.
A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, considera os resultados positivos e avalia que a campanha salarial de 2020 foi "histórica", em razão de a categoria ter conseguido se mobilizar virtualmente por causa das restrições provocadas pela pandemia da Covid-19. Neste ano, não houve greve nos bancos.
"Após muita negociação, conseguimos manter nossos direitos. Nós realmente consideramos uma campanha nacional vitoriosa no meio de uma pandemia e de uma recessão econômica", avalia a presidente.
A dirigente sindical considera que a mobilização dos trabalhadores foi intensificada depois que as instituições financeiras sinalizaram a intenção de reduzir a PLR. "Não acreditamos quando propuseram retirar direitos dos bancários sendo que os cinco principais bancos tiveram lucro", diz.
Segundo Ivone Silva, os reajustes em salários e benefícios e o pagamento da PLR à categoria vai injetar aproximadamente R$ 8 bilhões na economia em todo o país, que tem cerca de 450 mil bancários. "Desse total, somente R$ 6 bilhões são referentes à PLR", explica.
Por meio de nota, a Fenaban informa que o processo de negociação, iniciado em 23 de julho, está em sua fase final. Isso porque alguns sindicatos no país ainda não aceitaram os acordos. "É importante destacar que, pela primeira vez na história, os encontros com mais de 100 dirigentes sindicais foram feitos por meio de videoconferências e o número de reuniões foi o maior que nos anos anteriores", diz a federação que reúne as empresas do setor financeiro.