Inspirada pelo pai, motorista está entre as melhores de SP
Vanessa Souza, 39, trabalha há 15 anos na linha que liga o Capão Redondo a Santo Amaro
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Há 15 anos na direção de um dos ônibus que faz a linha 6042-10 (Jardim Três Estrelas - Santo Amaro), Vanessa Marília de Souza, 39 anos, ficou surpresa quando, no último dia 19 de março, foi escolhida uma das melhores motoristas de ônibus da cidade. “Recebi o convite para o evento, mas não achei que seria tudo isso”, diz.
Vanessa e outros 31 motoristas foram premiados pela SPTrans (São Paulo Transportes) como os melhores da cidade. Foram selecionados os profissionais que não se envolveram em acidentes, não receberam multas de trânsito ou penalidades nem reclamações de passageiros.
O Agora acompanhou a rotina de Vanessa. No percurso de 50 minutos entre Santo Amaro e Capão Redondo (na zona sul), ela faz questão de cumprimentar todos os passageiros e está sempre com o sorriso no rosto.
Ela conta que aprendeu tudo da profissão com seu pai, Genivaldo Francisco de Souza, que foi motorista por quase 25 anos na mesma empresa. Falecido em fevereiro, ele ainda é sua maior fonte de inspiração. “Eu tinha uma parceria com meu pai. Foi com ele que aprendi a fazer a manutenção do ônibus, a lidar com o trânsito e com o usuário. Muita gente fala que sou igual a ele.”
Vanessa mora no Valo Velho (zona sul), é casada e tem quatro filhos com idades de 1, 12, 18 e 24 anos —mas apenas os dois mais novos ainda moram com ela. A motorista acorda antes das 4h, leva o filho mais novo para a cuidadora e trabalha até as 13h. Depois cuida da casa e à noite faz aulas de crossfit.
Para seguir os passos do pai em uma profissão predominantemente masculina, Vanessa tem de enfrentar o preconceito. “Já teve usuário que deixou de embarcar quando viu que sou mulher”, diz. A cordialidade e a simpatia de Vanessa são destacadas pelos passageiros. Não à toa, a motorista já recebeu elogios no serviço 156, da prefeitura.
Ela também sempre ganha presentes e guloseimas dos usuários da linha. E para não enlouquecer no trânsito, ela tem uma dica. “Tudo depende de como a pessoa escolhe como vai ser o seu dia. Aprendi a tornar os meus mais leves.”
“Eu demoro para subir e descer do ônibus porque quebrei a perna e ela tem paciência. Gostaria que mais motoristas fossem assim”, diz a dona de casa Maria do Rosário Silva, 63 anos, que sempre embarca no coletivo dirigido por Vanessa.
Já a aposentada Dalva Rodrigues Cabral, 79 anos, é só elogios para Vanessa. “Ela é diferentes dos outros motoristas, muito prestativa e educada”, diz. A também aposentada Elizabete Ferreira da Silva, 53, já convidou Vanessa para conhecer seu sítio em Minas Gerais. “Convidei porque a companhia dela é importante para mim. E pelo respeito, simplicidade e o amor que ela tem por todos.”