Fiéis agradecem conquistas e lotam Santuário de Aparecida

Devotos também pediram emprego, saúde e até proteção para a Amazônia para Nossa Senhora

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Tatiana Cavalcani
Aparecida (SP)

Devotos agradecidos por graças alcançadas eram vistos aos milhares neste sábado (12), no Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (180 km de SP). Até o meio-dia, mais de 145 mil pessoas passaram pelo local, segundo o Santuário. 

Fiéis de várias partes do país também fizeram pedidos e promessas para a Santinha, como é carinhosamente chamada Nossa Senhora Aparecida. 

A auxiliar de serviços gerais Francisca Bento, 44 anos, e seu primo, o ajudante de motorista José Silva, 41, ambos cearenses que moram em Curitiba (PR), acenderam velas para o Brasil. "Pedimos para ela tirar o país desta situação de crise. Sinto que a intolerância aumentou e peço para ela acabar com o preconceito contra os nordestinos", afirma Silva. Francisca, que está empregada, também pediu ajuda para seus parentes. "Meu filho e meu pai estão desempregados. A crise piorou muito nos últimos anos", afirmou.

O ferramenteiro Benedito Beraldo Lobo, 63 anos, de Diadema (ABC), conta que todos os anos ele sobe de joelhos a passarela que leva à igreja antiga. "Comecei a vir nos anos 1980 em nome de todas as coisas boas e pela vida. Hoje, faço isso pelo país e pela nossa Amazônia." 

A doméstica Elmira Leichtweis, 61 anos, do interior do Rio Grande do Sul, viajou 1.000 quilômetros para agradecer a uma graça alcançada. Há três anos a casa dela e sua loja de roupas pegaram fogo. Oito meses depois, o marido dela morreu. "Foi difícil. Hoje recuperei minha loja e minha casa e já estou vivendo a vida novamente, graças à Santinha", disse Elmira.

Domingos Sávio da Silva, missionário redentorista do Santuário, explica a onda de agradecimentos. "Jesus curou dez leprosos e só um voltou para agradecer. Então, começamos a incentivar que os devotos continuem pedindo por bênçãos, mas que também venham para agradecer." A maior preocupação hoje é com o desemprego, segundo Silva.

O mirante no santuário, inaugurado no início do mês, atraiu devotos em busca de uma selfie. "A vista é deslumbrante", diz a cabeleireira Rosely Júlia, 50 anos.

Mães voltam ao Santuário e levam filhos por gratidão

Nossa Senhora Aparecida também é conhecida por ser a padroeira das grávidas e dos recém-nascidos.
A empresária Tainan Cristina dos Reis, 32 anos, estava de joelhos na reta final da passarela, com a família e debaixo de sol forte para agradecer por sua gravidez.

"Tentei por 13 anos e não conseguia. Visitei Aparecida e quatro meses depois engravidei. Hoje estou aqui com minha filha no colo", afirmou ela, segurando a filha de dez meses.

A professora Michelle Aparecida Evaristo da Paz, 32 anos, também demorou para conseguir realizar o sonho de ser mãe. "Tentei por cinco anos. Agora a família está toda aqui para agradecer", conta ela. Michelle Aparecida foi acompanhada do marido, da filha Isabela, que está com dois anos, e com os padrinhos da menina. 

A professora explica que tem o mesmo nome da santa porque a mãe dela também recorreu à Aparecida quando não conseguia engravidar. "O milagre se repetiu", finaliza. 

Homem carrega cruz após conseguir imóvel próprio

Para agradecer pela conquista da casa própria, o industriário Bruno Leonardo Torel, 39 anos, caminhou por 20 horas com uma cruz pesada nas costas, de São José dos Campos a Aparecida. Ele chegou exausto neste sábado (13), por volta do meio-dia, quando deixou a cruz na sala das promessas. "Estou muito cansado, mas valeu a pena. Saímos a pé na sexta-feira (11)", afirmou.

Torel diz que após anos de empréstimos, conseguiu construir a sua casa. "Não queria que fosse de mão beijada, foi uma luta, mas conseguimos. Entramos na casa no dia 14 de setembro passado, no dia do aniversário de 14 anos do meu filho Bruninho."

Para agradecer pelas graças alcançadas diariamente, a dona de casa Clessi Gonçalves, 60 anos, viajou por 17 horas dentro de um ônibus originário de Florianópolis (SC) a Aparecida, com as duas filhas, Eliziane, 39, e Mara, 42. "Só para agradecer por tudo que Nossa Senhora nos concede", afirmou Mara. 

Notícias relacionadas