Multas em radar campeão de SP caem 56% depois de nova sinalização
Equipamento na ponte das Bandeiras já foi responsável por 1 em cada 20 autuações
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
O polêmico radar na alça de acesso à ponte das Bandeiras, na região do Anhembi (zona norte), que até o ano passado era o campeão de multas na capital, diminuiu em 56% o número de autuações aplicadas no primeiro semestre deste ano, em comparação com o primeiro de 2018 (passou de 47.057 infrações para 20.654).
Se nos últimos cinco anos o equipamento estava sempre entre os cinco que mais multavam na cidade, agora é apenas o 24° colocado.
Das autuações aplicadas com o equipamento, a maior parte (96,7% em 2018) foi para veículos que vinham da marginal Tietê, sentido Castello Branco, e faziam a conversão à direita em horário proibido --atualmente, entre às 6h e às 10h, somente táxis e ônibus podem acessar a ponte.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a queda nas multas ocorre porque foram instaladas novas sinalizações para chamar a atenção dos motoristas --a principal reclamação era de que condutores só descobriam a proibição quando já estavam na alça de acesso.
Em 2015, este radar foi responsável por cerca de uma em cada 20 multas na capital. Naquele ano --quando a restrição de acesso era das 6h às 15h--, das 375.021 infrações flagradas pelo equipamento, 370.286 eram para quem fazia a conversão proibida.
Novo líder
Desde julho do ano passado, o novo campeão de multas na capital é o equipamento instalado no túnel Ayrton Senna na região do parque do Ibirapuera, (zona sul). No primeiro semestre deste ano, foram 99.717 autuações no local, ou seja, uma a cada três minutos.
Em segundo lugar está o radar da avenida Jacu Pêssego/Nova Trabalhadores, próximo da avenida Sapopemba (zona leste), com 38.891 multas. Na sequência vem o radar da avenida dos Bandeirantes (zona sul), posicionado a 34 metros da avenida Washington Luís, com 35.911 infrações.
Autuações diminuem na cidade
O número de multas de trânsito na capital caiu 9,04% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018, com uma redução de 5.965.430 autuações para 4.880.247.
Na contramão das estatísticas, o número de multas a motoristas que foram flagrados manuseando o celular no trânsito aumentou 18,96% na comparação entre os dois períodos.
Esta infração fica à frente das emitidas a motoristas flagrados segurando o telefone celular enquanto dirigiam. Foram 75.694 e 69.816 autuações aplicadas para estas duas multas, respectivamente. Elas são gravíssimas e somam sete pontos cada na carteira de habilitação do motorista, que terá de pagar R$ 293,48.
Manusear o celular no trânsito pode ser motivo de autuação ainda que o veículo esteja parado ou que o aparelho esteja em um suporte no painel.
Para o especialista em trânsito e tráfego da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, Luiz Vicente, o aumento deste tipo de multa não quer dizer que os motoristas estão utilizando mais o celular, e sim que os agentes de trânsito estão mais bem localizados.
"Não acho que o aumento de um ano para o outro surpreende, pois utilizar os aplicativos de celular no trânsito já era comum, o que mudou foi a fiscalização", afirma.
Vicente explica que em cruzamentos, por exemplo, as pessoas tendem a utilizar mais o celular, principalmente quando o semáforo está fechado.
Desrespeito à Zona Azul tem alta de 4,29%
Entre as infrações manuais que tiveram aumento, foram aplicadas 127.729 multas a motoristas que estacionaram irregularmente (crescimento de 4,29%) e 82.034 para quem avançou o sinal vermelho (alta de 3.49%).
Por outro lado, caiu para 33% o número de multas dos agentes de trânsito a quem desrespeita rodízio.
Para o especialista em trânsito e transportes Horácio Augusto Figueira, o foco dos agentes está mais direcionado para estacionamento e fluidez do trânsito.
"Estes 82 mil que ultrapassaram o sinal vermelho são a ponta do Iceberg, o número deste tipo de infração na cidade é milhares de vezes maior", diz.
Resposta
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da gestão Bruno Covas (PSDB), diz que a queda no número de autuações é uma tendência verificada desde 2017, quando houve implantação de melhorias na sinalização viária e descontinuação do uso dos radares estáticos, instalados em caixas de metal, que dificultavam a identificação por parte dos motoristas.
"Entre as mudanças, está a instalação do radar no túnel Ayrton Senna, no sentido da marginal Pinheiros, com objetivo de coibir acidentes e aumentar a segurança de motoristas e motociclistas", diz. A medida foi necessária, segundo a companhia, por causa da constatação de "rachas". no interior do túnel.
Já na na marginal Tietê, além de nova sinalização, a CET diz ter reposicionado o radar para antes da curva da alça que dá acesso à ponte das Bandeiras, resultando na queda no número de autuações no local.
Radares que mais multam
- 1º Entrada do túnel do Complexo Viário Ayrton Senna: 99.717 multas
- 2º Av. Jacu Pêssego/Nova Trabalhadores a menos 280 m da Av. Sapopemba: 38.891 multas
- 3º Av. dos Bandeirantes (sentido Imigrantes) a mais 34 m da av. Washington Luis: 35.911 multas
- 4º Av. Santos Dumont (sentido centro) a menos 20 m da rua Rodolfo Miranda: 32.535 multas
- 5º Av. 23 de Maio (sentido aeroporto) a mais 183 m da r. Asdrúbal do Nascimento: 32.508 multas