Eles contra eles
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Há hoje muito mais dúvidas do que certezas a respeito do futuro político e jurídico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva —que agora está livre, mas ainda inelegível, alvo de processos e sujeito a mudanças nas leis e no entendimento dos tribunais.
De mais seguro, o cacique petista mostra que pretende usar todo seu carisma no esforço de despertar uma oposição de esquerda carente de ideias e lideranças.
No imediato reencontro com os palanques e microfones, Lula atacou os inimigos imagináveis: o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro Sergio Moro, claro, mas também milicianos, a reforma da Previdência, Donald Trump e, como seu oponente, a imprensa.
Ao mesmo tempo, retoma a glorificação de feitos de seu governo —deixando de lado, porém, os resultados desastrosos da gestão de sua sucessora.
Chama a atenção, no comício em São Bernardo no sábado (9), a ênfase de Lula nos temas econômicos. Ele explora o que é ao mesmo tempo um trunfo e uma fragilidade de Bolsonaro.
Essa é uma área em que o governo dispõe de uma agenda coerente e uma equipe qualificada. Além disso, existe uma boa chance de melhora da atividade, ainda que modesta.
Mas as reformas e ajustes em andamento envolvem temas explosivos como direitos trabalhistas e previdenciários, o valor do salário mínimo, privatizações, o custeio da educação e da saúde.
Parece claro que Lula e Bolsonaro vão tratar de intensificar os ataques mútuos. É uma estratégia que interessa aos dois, porque ajuda a manter inflamados os militantes de cada lado. É pena que, no meio desse bate-boca, ninguém discute a sério os problemas reais do país.