Motorista tenta há oito horas chegar em casa na zona norte de São Paulo

Moradores e comerciantes sofrem por causa da chuva na capital paulista

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São Paulo

Moradores e comerciantes da zonas oeste e norte de São Paulo estão enfrentando um dia difícil nesta segunda-feira (10) por causa da chuva. Às 14h, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB), apontava 89 pontos de alagamentos ativos na capital paulista e muitos deles nestas regiões da cidade.

Motorista tenta atravessar área alagada na rua Assis, na Barra Funda (zona oeste de São Paulo), no início da tarde desta segunda-feira (10) - Alfredo Henrique/Folhapress

​Por volta de 13h, a professora Fátima Jani, 59 anos, estava parada no trânsito na Lapa (zona oeste) e tentava voltar para casa na Freguesia do Ó, na zona norte. Ela havia saído às 5h de Ibiúna (69 km de SP), onde foi resolver questões familiares. Ela estava preocupada, pois realizou a viagem com a filha de 17 anos e três cachorros, sendo um de grande porte. Todos estavam no carro.

Segundo o CGE, Lapa e Freguesia do Ó estão entre os bairros onde mais choveu na capital desde o início da madrugada, com 132,7 mm e  119,1 mm, respectivamente (veja abaixo os principais índices). 

“Estou tentando ir para casa faz quase oito horas. Em dias normais, essa viagem dura duas horas”, afirmou. 

A professora criticou quem joga lixo na rua, proporcionando alagamentos como os registrado na cidade nesta segunda. “Além disso, falta estrutura na cidade para combater enchentes e em São Paulo tem muito carro e muito lixo", disse.

A chuva que cai em São Paulo nesta segunda também impactou a rotina de comerciantes. 

O dono de restaurante Sidnei Lucena, 30, afirmou que caiu em cerca de 30% a quantidade de clientes que vão almoçar no local, também na Lapa. “Minha sorte é que a maioria do pessoal mora aqui no bairro, mas quem mora longe não conseguiu chegar”, afirmou. 

O empresário disse que cinco de seus funcionários não conseguiram ir trabalhar e que alguns donos de restaurante não tiveram a mesma sorte que ele, pois nem chegaram a abrir as portas. 

Em frente ao restaurante de Lucena funciona a doceria de Gisele Muniz, 37. Ela afirmou que normalmente na parte da manhã, entre 25 e 30 pessoas costumam comprar doces no local. Porém, nesta segunda, ela disse que somente cinco clientes apareceram no comércio. “Está tudo bem vazio, essa chuva prejudicou demais meus negócios”, desabafou.

Um entregador de comida afirmou que todos os pedidos feito na região da zona norte estavam sendo cancelados. “Não dá para chegar lá de moto, só de barco”, ironizou.

Os locais onde mais choveu foram:

  • Zona Oeste - 110,9mm
  • Centro - 113,4mm
  • Zona Norte - 109,4mm
  • Zona Leste - 82,3mm
  • Zona Sul - 68,4mm
  •  

Em bairros

Zona Norte

  • Casa Verde - 117,8mm
  • Freguesia do Ó - 119,1mm
  • Vila Maria/Guilherme - 109,4mm
  • Pirituba/Jaraguá - 111,0mm
  • Perus - 105,7mm
  • Santana - 114,1mm
  •  

Zona Leste

  • Ermelino Matarazzo - 102,1mm
  • Itaim paulista - 109,7mm
  • São Miguel paulista - 111,2mm

Centro

  • Consolação - 126,0mm
  • Sé - 100,7mm

Zona Oeste

  •  Lapa - 132,7mm
  • Pinheiros - 106,0mm 

Segundo dados do CGE, entre às 7h e 13h choveu na cidade de São Paulo, 88,7 mm o que equivale a 40,9%% da média esperada para o mês, que é de 216,7 mm. No mês, até hoje às 13h já foram contabilizados 208,0 mm, ou seja, já choveu cerca de 96%. 
 

Fonte: CGE

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