Fim de contrato para a gestão de UPAs em SP preocupa pacientes
Organização social deixará de atuar em unidades da zona sul; funcionários também têm medo
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O contrato para a gestão de serviços de saúde entre a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), e a organização social Associação Congregação de Santa Catarina, na região de Santo Amaro e Cidade Ademar (zona sul), termina no dia 30 de agosto e não será renovado.
O contrato tinha vigência de cinco anos. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foi a organização social quem declarou não ter interesse na renovação. A prefeitura diz que os moradores da região não
serão prejudicados e que dos postos médicos continuarão trabalhando.
“O órgão [secretaria] abrirá um edital de chamamento público para a gestão da saúde na região”, afirma.
A organização confirma que o contrato não será renovado e diz que a secretaria está interessada em dar continuidade ao serviço.
Já entre os profissionais da Santa Catarina que trabalham nas unidades, o clima é de incerteza. “A verdade é que é um grande ponto de interrogação. A gente sabe que o contrato não será renovado, mas não o que vai acontecer”, afirmou um funcionário da Santa Catarina na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santo Amaro.
Na UPA Pedreira, três trabalhadores também disseram que foram informados sobre o fim do contrato, mas ainda não houve qualquer explicação sobre onde serão realocados.
Entre pacientes também há preocupação com a descontinuidade do atendimento feito por médicos e enfermeiros contratados pela organização social. “Para nós, é bem complicado. O pessoal daqui é muito bom”, afirmou o pintor Antonio Barbosa, 57 anos, que levou um vizinho à UPA Pedreira na sexta-feira passada (24).
“Pode ser uma troca perigosa. Ainda mais no meio de uma pandemia”, afirmou o estudante Vinicius Xavier, 21 anos, que foi à unidade da Pedreira buscar remédios para a mãe.
Obra que seria gerenciada por OS não está pronta
Prometida para ser entregue em novembro de 2019, a obra do novo prédio da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santo Amaro ainda não foi concluída. O serviço é de responsabilidade da OS Associação Congregação de Santa Catarina, que o fim do ano passado havia recebido R$ 28 milhões em repasses da prefeitura para a gestão da unidade.
Em novembro de 2019, funcionários disseram que a obra poderia ficar pronta em março deste ano.
O prédio alugado é um edifício de 13 andares localizado ao lado da estação Adolfo Pinheiro do metrô (linha 5-lilás).
Futuramente, o imóvel abrigará um hospital com ambulatório de especialidades médicas e estrutura para realização de exames como endoscopia, mamografia, tomografia, raio-X e ultrassom.
O Agora esteve no prédio na manhã desta segunda-feira (27) e constatou que a obra não foi acabada. Trabalhadores disseram, sob anonimato, que estão sendo feitos os serviços na parte elétrica e de instalação da rede de gases, além da conclusão dos forros em gesso.
Os funcionários disseram ter recebido informação de que, inicialmente, somente os cinco primeiros andares do prédio entrarão em funcionamento. A previsão, segundo eles, é de que isso aconteça ainda neste ano, mas não souberam precisar o mês.
Quanto aos pavimentos superiores, não há uma estimativa. Atualmente, a UPA Santo Amaro funciona a poucas quadras do local do futuro hospital. Quando a mudança for feita, somente os serviços relacionados à saúde bucal serão mantidos no atual endereço, na rua Carlos Gomes.
Secretaria vai abrir novo chamamento
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), afirma que os funcionários que atuam nos serviços de saúde na área de atuação da organização social continuarão com o seu trabalho normalmente, “sem qualquer interrupção, da mesma forma, a assistência à população permanecerá normalmente”.
A nota diz que a Secretaria Municipal da Saúde abrirá um edital de chamamento público para a gestão da saúde na região.
A respeito da situação da UPA Santo Amaro, a Associação Congregação de Santa Catarina diz que a entrega da unidade é de responsabilidade do proprietário do imóvel, e não da associação.
“A gestão da prestação de serviço e a execução do repasse de custeios só se dá a partir do momento que o local for entregue pelo proprietário, o que não ocorreu até agora”, acrescenta a organização, que diz ter “compromisso de executar todos os projetos realizados em parceria com o poder público até o final dos contratos”.
A prefeitura foi procurada para falar a situação da UPA, mas não se manifestou até a conclusão desta edição.