Motociclista embriagado invade barreira e mata dois trabalhadores de obra em SP
Homem de 41 anos, que foi preso, admitiu ter bebido antes de pilotar moto; a informação foi confirmada pelo teste do bafômetro, segundo a polícia
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Dois homens morreram após serem atropelados por uma moto Harley Davidson, pilotada por um coordenador, de 41 anos, após ele invadir uma barreira com cones, por volta da 1h30 desta sexta-feira (2), em uma obra de recapeamento na região da Vila Matilde (zona leste da capital paulista). Segundo o teste do bafômetro, o condutor da moto, que acabou preso, estava embriagado no momento do acidente. Nenhum advogado havia se apresentado para defendê-lo, até a publicação desta reportagem, de acordo com a polícia.
Colegas de trabalho do ajudante Juvane Pereira dos Santos, 44, e do motorista José Teófilo dos Santos Filho, 59, afirmaram à polícia que o motociclista invadiu, em alta velocidade, a área onde as vítimas faziam o recapeamento de parte da avenida Conde de Frontin, a Radial Leste, na altura do número 2000. A Polícia Militar foi acionada em seguida.
Ao chegar no local do acidente, policiais militares constataram que as vítimas eram socorridas por unidades de resgate dos bombeiros. Santos e Filho foram encaminhados ao Pronto-Socorro do Tatuapé, também na zona leste, mas não resistiram.
Alguns metros à frente do local dos atropelamentos, os policiais visualizaram o suspeito, que é coordenador de um CAI (Centro de Atendimento Inicial), da Fundação Casa. Ao abordar o motociclista, os PMs notaram que ele aparentava estar “completamente embriagado”, segundo consta no boletim de ocorrência. O documento policial diz que o piloto apresentava sinais como “falta de equilíbrio, voz exaltada, forte odor etílico, agressividade e fala desconexa.”
O coordenador, ainda de acordo com o boletim de ocorrência, teria admitido que bebeu antes de pilotar a Harley Davidson Fat Boy, modelo 2011. O veículo está avaliado em R$ 37.987, segundo a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ele concordou em fazer o teste do bafômetro, que indicou a ingestão de 0,54 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Segundo a lei, ao ultrapassar 0,05 miligramas, o condutor comete uma infração de trânsito. Acima de 0,33, já é crime de trânsito, caso do coordenador, que deverá perder o direito de dirigir, por 12 meses, além de ter de pagar multa de R$ 2.934,70, pois cometeu uma infração gravíssima, segundo o Código de Trânsito Brasileiro.
O suspeito também se feriu, nas costas e nas nádegas, foi atendido no pronto-socorro do hospital Hermelino Matarazzo e, em seguida, levado ao 10º DP (Penha de França), onde o caso foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar), com agravante de embriaguez ao volante.
Por ter sido preso em flagrante, o suspeito foi submetido a uma audiência de custódia, durante a qual sua prisão foi convertiva para preventiva, ou seja, por tempo inteterminado. A informação é do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
A Fundação Casa, da gestão João Doria, afirmou que ainda não foi notificada pela polícia e, por isso, não irá se manifestar neste momento.
Prefeitura
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas(PSDB), lamentou a morte dos dois trabalhadores, que segundo o governo são de uma empresa terceirizada e faziam o serviço de tapa-buracos, em uma faixa de ônibus, no momento dos atropelamentos.
"Cabe ressaltar que a obra estava autorizada e devidamente sinalizada e os funcionários estavam com equipamentos de proteção individual e roupas reflexivas", afirma trecho de nota.
Quase um homicídio diário no trânsito de SP
Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 248 homicídios no trânsito da capital paulista, dos quais 241 foram culposos (sem intenção) e sete dolosos (com intenção de matar). Isso equivale a um caso diário.
No mesmo período do ano passado, foram registrados 299 casos de homicídios no trânsito, sem intenção, e três dolosos. Os dados são da SSP (Secretaria da Segurança Pública).