Voltaire de Souza: Seu frete em boas mãos
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Medo. Perigo. Desorganização.
Dia de reunião na empresa Terminal Transportes.
—Mais uma carga de vacinas?
—Pertinho. Sai do aeroporto e vai para Arujá.
—Não sei não…
O gerente Aparício coçou a cabeça.
—Muito assalto, pessoal.
O roubo do imunizante se torna rotina.
—Não quero ninguém arriscando a vida.
O ex-coronel Bilu fazia o planejamento de segurança.
—Isto não é trabalho para maricas.
Ele suspirou.
—Se desse para comprar mais armas…
Aparício concordava.
—Pela vacina, eu passaria fogo em muita gente.
Bilu fez cara feia.
—Essa vacina é uma farsa, pô.
Um tapa na mesa.
—O que importa é o dever.
Aparício mudou de assunto.
—E a gasolina subiu de novo.
—Conversa. O presidente vai cuidar disso.
Aparício já estava se irritando.
—Bom. Então, coronel, o senhor mesmo faz a entrega desta vez.
Noite chuvosa. Na van, Bilu consultava o celular.
—Viro à direita…
O forte impacto de cinco carros atingiu o seu veículo.
Racha em Guarulhos. Ampolas de vacina ficaram disponíveis aos interessados. Na UTI, Bilu ora em silêncio.
Fé em Deus é sempre bom.
Mas o pé na tábua nem sempre ajuda.