Comerciantes protestam contra fechamento na zona leste de SP
Cerca de 50 carros fizeram uma carreata na região de São Mateus
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Comerciantes de São Mateus (zona leste da capital paulista) realizaram no fim da tarde desta segunda-feira (8) um protesto contra o fechamento de estabelecimentos comerciais por conta das medidas da fase vermelha do Plano São Paulo.
A manifestação aconteceu no primeiro dia útil de restrições após o estado de São Paulo voltar no último sábado (6) à fase mais severa, que permite a abertura apenas de atividades essenciais. A medida, adotada para frear a quantidade de casos e mortes, vai até 19 de março.
De acordo com a Fesm (Frente Empresarial São Mateus), cerca de 50 carros participaram da carreata contra o fechamento do comércio. “Se fosse o comércio o responsável pelo aumento de internações em UTI por Covid, isso teria acontecido lá no começo, quando foi liberado abrir e não somente agora”, disse Márcio Soato, conselheiro e secretário da FESM.
Segundo Soato, o distrito de São Mateus conta com mais de 5.000 comércios formais e informais e é o maior gerador de empregos da região.“Uns têm um pouco mais de fôlego, mas a grande maioria dos comerciantes já está com a água cobrindo o nariz”, afirmou.
No sábado (6), primeiro dia do retorno da fase vermelha em todo o estado de São Paulo, parte do comércio da capital não seguiu as regras da fase mais restritiva da quarentena imposta pelo governo estadual.
Na avenida Mateo Bei (zona leste), por exemplo, uma das principais vias de comércio do distrito de São Mateus e local da manifestação de hoje,o movimento do comércio era bem mais explícito naquele dia. Por lá, os estabelecimentos estavam com funcionamento normal: lojas de roupas e sapatos recebendo clientes, salões de beleza atendendo, lanchonete com consumidores.
Por meio de nota, o governo estadual informou que mantém canal aberto para diálogo com todos os setores da economia e representantes de associações. A decisão de colocar os municípios na fase vermelha do Plano SP foi adotada após recomendação do Centro de Contingência diante do atual cenário de aumento de casos, internações e mortes causadas pelo coronavírus.
Disse ainda que desembolsou quase R$ 2 bilhões de crédito pela Desenvolve SP, Banco do Povo e Sebrae e liberou neste ano mais R$ 125 milhões de crédito. Além disso, anunciou em fevereiro 100 mil bolsas-auxílio para apoiar a população desempregada em 2021.
Já a prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), não retornou os questionamentos feitos pela reportagem.