Descrição de chapéu Coronavírus

Inclusão de professores e policiais não vai alterar calendário de vacinação em SP, diz governo

Secretaria de Saúde promete novas etapas da campanha contra a Covid-19 nesta sexta-feira (26)

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São Paulo

O governo de São Paulo afirma que o início da imunização em professores com mais de 47 anos e policiais não irá afetar o calendário de vacinação de idosos contra a Covid-19. O anúncio sobre a inclusão de profissionais da Educação e da Segurança Pública entre os grupos que receberão a primeira dose em abril foi feito na última quarta-feira (24) pelo governador João Doria (PSDB).

Nesta quinta-feira (25), Doria publicou em uma rede social que não haverá alteração no cronograma de vacinação dos idosos e que nesta sexta (26) serão anunciadas novas etapas do calendário de imunização.

Profissional de saúde prepara vacina em UBS na zona leste de São Paulo - Zanone Fraissat-1º.mar.2021/Folhapress

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde reiterou a informação passada pelo governador, mas afirmou que é "crucial a disponibilização de mais vacinas pelo Ministério da Saúde" para a ampliação da campanha para mais pessoas.

O professor Rafael Alcadipani, que é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, elogiou a inclusão de policiais no calendário de imunização. "Estamos tendo um morticínio de policiais por causa da Covid", diz. Para ele, a vacinação ajudará a diminuir o número de agentes afastados das ruas por causa da doença.

Segundo Alcadipani, o estado de São Paulo já tem mais de 32 policiais civis e 40 policiais militares da ativa que morreram por complicações relacionadas ao coronavírus.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) foi procurada para informar o número oficial de agentes contaminados, afastados e mortos por causa da Covid-19, mas não respondeu até o momento da publicação desta reportagem.

Presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), a Professora Bebel, também elogia a decisão do governo paulista, mas faz ressalvas.

Segundo Bebel, somente entre os professores da rede estadual, já foram registradas 53 mortes por Covid-19 em todo o território paulista desde o início da pandemia. "Isso acabou demonstrando na prática que não é birra do sindicato em ficar em teletrabalho. O problema é que quando vamos para a sala de aula, vamos ficar na linha de frente, lidar com aglomeração de estudantes e professores. Além disso, pegamos transporte público. Então, é claro que vamos estar vulneráveis a contrair o coronavírus", avalia.

Por outro lado, a deputada cobra do governo Doria que inclua todos os professores do estado na campanha, e não somente aqueles que têm mais de 47 anos. Segundo dados da Apeoesp, 26,8% dos servidores estaduais da área têm até 39 anos. A maior faixa (35,3%) é composta por pessoas entre 40 e 49 anos. Porém, não são todos desta faixa etária que serão vacinados neste primeiro momento.

De acordo com a Secretaria da Educação, foram registrados 4.084 casos confirmados de Covid-19 em escolas paulistas até o dia 6 de março —dado mais recente da pasta. Desse total, 2.526 são servidores/funcionários e 1.558 são estudantes. A maioria das contaminações ocorreu em escolas estaduais: 2.418. Em seguida estão os colégios privados (1.534) e os municipais (132).

A pasta diz que, para garantir a segurança de estudantes e profissionais, adquiriu 12 milhões de máscara de tecido, 440 mil face shields, 367 mil litros de álcool em gel, 10.740 termômetros, 221 milhões de litros de sabonete líquido, 100 mil rolos de papel toalha, 1,8 milhão de rolos de papel higiênico, e 78 milhões de copos descartáveis.

A secretaria diz ainda que "repassou R$ 700 milhões por meio do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) para que as escolas tenham agilidade para executar recursos durante o ano de acordo com sua realidade específica. Desse montante, R$ 50 milhões são exclusivos para ações de enfrentamento à Covid-19".