Voltaire de Souza: Caso encerrado

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Voltaire de Souza

Regras. Normas. Fiscalização.
É a fase vermelha.
A cidade luta contra a Covid.
Irineu acendia um cigarro.
—Não sei como vou sobreviver.
Ele era dono de um dos barzinhos mais badalados da Vila Madalena.
—Ficava aberto até as 5h da manhã.
As dívidas cresciam exponencialmente.
—O aluguel eu já mandei para a cucuia.
Telefonaram do banco.
—Temos um plano de refinanciamento, dr. Irineu.
—Ah. E como funciona?
—O senhor só começa a pagar daqui a seis meses.
A linha de crédito era uma necessidade.
Irineu soltou a fumaça pelo nariz.
—Vou virar escravo desses caras até o dia em que eu morrer.
Ele tomou a decisão.
—Tudo bem. Qual é o máximo?
—Máximo do quê, dr. Irineu?
—Que vocês podem me emprestar.
A gerente fez os cálculos.
—R$ 40 mil.
—Deposita. Caso encerrado.
Irineu ligou em seguida para a agência de turismo Prematur.
Pacote turístico de luxo para Manaus.
—Me meto lá. E só saio de maca.
Foram vinte dias de piscina, excursão e caipirinha.
Na UTI, Irineu não se arrepende.
—Torrei o dinheiro. E aqui nenhum gerente me enche a paciência.
Quando chega a morte, o céu é o melhor resort.

Regras. Normas. Fiscalização. - Pexels

Notícias relacionadas