Voltaire de Souza: Fechando o tempo
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Dúvida. Ansiedade. Inquietação.
Continua crescendo o número dos contaminados.
Será necessário um novo lockdown?
Muita gente acha que é preciso fechar tudo.
Em Brasília, o general Perácio chefiava uma reunião de emergência.
—Primeiro, quero saber como fica a economia.
O titular da área tomou a palavra.
—Mffh… mwokhh.
—Tira a máscara, caramba.
Perácio já estava irritado.
—Coisa de maricas.
O economista-chefe dava seu recado.
—Eu podia estar em Paris… curtindo minha grana numa boa…
—Hã.
—E tenho de ficar aqui no Brasil.
—E daí?
—Já é uma quarentena. Mais que isso, não aceito.
O responsável pela Saúde estava pensando no que dizer.
—Eu acho, não sei… que…
—Não vai calar a boca, não?
—É que… alguns médicos… acham bom restringir…
Veio o tapa na mesa.
—O brasileiro quer festa. Balada. Carnaval.
Perácio pensou mais um pouco.
—Esse pessoal que quer o lockdown… faz o seguinte.
A ordem foi clara.
—Prende todo mundo. Na cadeia.
—Mas, general…
—Ditadura, ué. Mas em cima deles. Não da gente, pô.
Regimes militares são como vacinas.
Tem sempre quem queira uma segunda dose.