Voltaire de Souza: Sem saída
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Espera. Ansiedade. Torcida.
É a vacina?
Não.
É o Miss Bumbum.
O concurso entra em nova edição.
Em tempos de máscara, chega a hora do fio dental.
João Caio examinava as concorrentes.
—Abaixo de 105 centímetros eu não considero.
Será possível medir a beleza com fita métrica?
Ele tomou mais um gole de cerveja.
—Tem de ter regras, pô.
O dedo indicador acionava o celular com rapidez.
—Hum. Essa aqui merecia uma injeção.
Veio a dúvida.
—Será que eu posso votar?
Só na primeira fase.
Depois, a palavra será dada aos especialistas.
João Caio abriu outra latinha.
—Modéstia à parte… ninguém entende mais que eu.
O rapaz frequentava academias de musculação.
—E nunca saí do treino desacompanhado.
A pandemia dificultava as coisas.
—Olha só a minha barriga.
A cerveja substituíra a malhação.
O sono chegou com visões estranhas.
—Olha que bumbunzinho pequeno…
Ele se aproximava para ver.
—Tudo isso é espinha?
Eram dois glóbulos do vírus.
Ele acordou sem ar. Mas não era a Covid.
Era o rosto enfiado entre dois travesseiros.
A pandemia prossegue.
E nem sempre há luz no fundo do túnel.