Voltaire de Souza: A culpa é dele

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Voltaire de Souza

Memória. Orgulho. Tradição.
É o feriado de 9 de Julho.
Dona Cordália se lembrava.
—São Paulo contra o resto do Brasil.
Dona Cordália se orgulhava.
—Esse menino aí, o Doria… tinha de tomar uma atitude.
O sangue paulista fervia nas veias da anciã.
—Libertar São Paulo desses patifes.
Ela raciocinava.
—Se a gente fosse um país, todo mundo já estava vacinado.
Veio o suspiro.
—Culpa do Bolsonaro.
Aos 90 anos, dona Cordália estava protegida.
—Fiz questão que fosse a Pfizer.
Um sobrinho-neto era executivo da empresa.
—Vive na Alemanha. Graças a Deus.
Era uma alegria.
—Os filhos dele. Todos loirinhos.
Hora do chá.
O sonho veio na forma de um gigantesco obelisco.
O monumento aos mortos de 32 transformara-se numa impressionante seringa.
Pendurado no alto, o governador Doria enfrentava King Kong.
O gorila se assemelhava a Bolsonaro.
—Calma, Doria… eu também tenho olho azul.
Dona Cordália acordou confusa.
—Mas então… de quem é a culpa nessa confusão toda?
Com a idade, o cérebro ganha falhas e buracos.
Culpa daquele alemão.
É o dr. Alzheimer que, por vezes, cava suas trincheiras na mente humana.

Bandeiras do estado de São Paulo e do Brasil - Igor do Vale/Folhapress

Notícias relacionadas