Voltaire de Souza: Barraco Jardins

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Voltaire de Souza

Baixaria. Vergonha. Ignorância.
Acontece nos Jardins.
Festa de grã-finos termina em xingamento.
Algumas autoridades tentam levar a Covid a sério.
Mas nem todo milionário respeita.
A empresária Bárbara Varejão era um desses casos.
—Nas minhas festas mando eu.
Muito movimento no palacete.
—Convidei até umas duplas sertanejas.
Jagunço e Capanga. DDT e Pesticida. Machadinho e Motosserra.
Foi quando o vigia Jesuíno deu o alarme.
—Dona Bárbara... a PM quer acabar com a festa.
A empresária apareceu soltando palavrões.
—PM, é? Olha aqui.
Os dedos cobertos de joias faziam gestos bastante populares.
—Vocês tinham é que voltar para a favela.
O sargento Timóteo achou melhor pedir instruções superiores.
—Vai que ela é parente do Doria...
A festa prosseguiu normalmente.
Já eram quatro da manhã quando se deu uma nova interrupção.
Fuzis. Metralhadoras. Roupas militares.
—Nossa... é a polícia de novo?
Tratava-se do bando do Puxadinho.
Equipe de assaltantes profissionais.
Enviada diretamente do Parque Auriverde.
A limpeza foi feita na perfeição.
É que, quando Maomé não vai até a favela, a favela vai até Maomé.

Festa de grã-finos - Pexels

Notícias relacionadas