Polícia caça homem que matou família a facadas na Grande SP
Assassino tinha até uma espécie de arco e flecha escondido na mata em Mairiporã; outra duas pessoas ficaram feridas
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A polícia de São Paulo procura um homem suspeito de matar três pessoas e ferir outras duas a facadas, em casas vizinhas na zona rural de Mairiporã (Grande SP). Os crimes ocorreram por volta das 4h desta quarta-feira (22). Duas residências foram parcialmente incendiadas e corpos acabaram carbonizados.
Anteriormente, a polícia havia registrado a morte de quatro pessoas em boletim de ocorrência. Mas à tarde, a Secretaria da Segurança Público afirmou que foram três mortos: o ajudante geral Aílton Aparecido Santiago, 41 anos, Emilia da Luz Silva, 74, e seu companheiro José Benedicto da Silva, 78.
O assassino ainda não foi identificado e a motivação para as mortes é investigada pela Polícia Civil.
"Ao chegarem ao campo do fato, policiais se depararam com um indivíduo desconhecido, com roupa de apicultor e com uma lanterna na cabeça, escondido no matagal da região, e que, imediatamente, empreendeu fuga ante a presença da viatura, não sendo possível sua captura", descreve o boletim de ocorrência.
Um dos sobreviventes afirmou à PM que o criminoso tinha as mesmas características do suspeito avistado pelos policiais. Segundo a testemunha, o assassino esfaqueou ao menos quatro vítimas e, em seguida, ateou fogo em dois imóveis e fugiu.
O tenente Maxwel Souza, porta-voz da PM, disse ao Agora que o criminoso planejou a ação violenta, por causa de objetos encontrados em uma área de mata, logo após o crime. Foram apreendidos no mato uma besta, tipo de arco de arco e flecha, além de um kit de sobrevivência, com itens de primeiros socorros, e um galão de combustível. A polícia verifica se o arco e flecha foi usado contra as vítimas.
"Pelo que nos foi passado, o criminoso entrou primeiro na casa dos idosos, os esfaqueou, ateou fogo e foi para uma segunda residência, ao lado, onde vivem a filha dos idosos e o marido dela [o ajudante geral]", explicou o tenente.
A mulher, de 53 anos, foi esfaqueada ao menos oito vezes, acrescentou o porta-voz da polícia, mas sobreviveu e permanece hospitalizada. Já o companheiro dela não resistiu aos ferimentos sofridos. O criminoso também ateou fogo na segunda casa, disse ainda o PM.
Após o assassino atacar as pessoas da segunda casa, o filho da mulher ferida com oito facadas, um auxiliar geral de 33 anos, partiu para cima do homem armado e o feriu. Ele mora em uma terceira casa, vizinha a das outras vítimas. "Foi encontrado um rastro de sangue, no mato. Isso indica que o criminoso foi ferido", disse ainda o porta-voz da PM.
Os bombeiros foram acionados e conseguiram conter o fogo. Após isso, dois corpos carbonizados foram encontrados no interior de uma das casas.
Além de policiais civis e militares, agentes do COE (Comando de Operações Especiais) vasculharam a mata, constatando que o criminoso fugiu do local. Agentes apreenderam uma faca, com lâmina de 11 centímetros, supostamente usada nos assassinatos.
A Polícia Civil repassou à PM que o criminoso fugiu "provavelmente" em um Jeep Renegade vermelho. Radares com leitores para identificação de placas estão tentando rastrear onde o veículo teria passado.
O caso está sendo acompanhado pela delegacia de Mairiporã, e pelo Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa de Franco da Rocha, também na Grande São Paulo, que tentam descobrir a identidade do criminoso, além do que teria motivado o crime. A ocorrência foi registrada como homicídio qualificado por motivo torpe, além de incêndio criminoso.
"Está parecendo o caso daquele Lázaro"
Vizinhos da família atacada não conseguiram esconder o medo que tomou conta da região. "Aconteceu de madrugada, eu ouvi um barulho de viatura e estranhei. Por volta das 6h, quando fui colocar o lixo para fora, eu vi descendo um carro do Corpo de Bombeiros e várias viaturas. Aí ficamos sabendo o que tinha acontecido, foi numa chácara próxima à minha", afirmou um morador.
"O pessoal aqui está bem assustado, todo mundo escondido dentro de suas chácaras", disse. "As pessoas soltaram os cachorros nos quintais e está todo mundo em alerta", afirmou o vizinho, que não quis se identificar.
Segundo o morador, os vizinhos estão se comunicando por WhatsApp. "Aqui é muito calmo, muito silencioso, no máximo tem um bicho ou outro que aparece de vez em quando, mas nunca nada desse tipo. Está parecendo o caso daquele Lázaro", afirmou, em referência a Lázaro Barbosa de Souza, que foi morto em julho após 20 dias de caçada policial em Goiás. Ele era suspeito de ter matado um casal e dois filhos em Ceilândia e baleado três pessoas em Cocalzinho.
Erramos: o texto foi alterado
A versão original do título e do texto desta reportagem afirmava que 4 pessoas morreram, conforme registrado em boletim de ocorrência. Mas a informação foi corrigida depois pela Secretaria da Segurança Pública