Ibama embarga hotel fazenda em Peruíbe e aplica multa de R$ 586 mil
Local funcionava irregularmente em terra indígena e mantinha animais silvestres sem autorização
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Um hotel fazenda que funciona irregularmente no interior de uma terra indígena em Peruíbe, no litoral paulista, foi embargado nesta segunda-feira (22) por fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Os donos do empreendimento também foram multados em R$ 586 mil.
Segundo o instituto, o Rancho Pesqueiro Arco-Íris foi erguido na Terra Indígena Piaçaguera, local onde moram 358 índios que se autodenominam Tupi-Guarani. O local também mantinha de forma irregular animais silvestres em cativeiro, para exibição ao público, sem autorização. Entre os bichos encontrados estavam cinco araras, um papagaio e duas grandes cobras piton.
"Eles [donos] foram notificados e terão um prazo para retirar todos os peixes e animais domésticos daquela área. Nós vamos acompanhar essa retirada, mas, se eles não cumprirem as ordens, serão autuados novamente", afirma Ana Angélica Alabarce, chefe do Ibama em Santos.
A operação foi solicitada pelo Ministério Público Federal. As investigações apontaram que o local funcionava irregularmente desde 2015.
As espécies encontradas durante a ação foram encaminhadas ao Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) do Ibama que fica em Lorena, no interior paulista, onde passaram por avaliação.
Por se tratar de terra indígena, o escritório regional Funai (Fundação Nacional do Índio) que fica em Itanhaém, também no litoral paulsita, também foi avisada da ação, segundo disse a chefe do Ibama em Santos.
Piaçaguera
A Terra Indígena Piaçaguera, onde está localizado o Rancho Pesqueiro Arco-Íris, teve sua demarcação homologada em 2016, pela então presidente Dilma Rousseff, e foi registrada na SPU (Secretaria do Patrimônio da União), em 2018.
Informações da CPI-SP (Comissão Pró-Índio de São Paulo), o território é alvo de ocupações irregulares e visitações não autorizadas de turistas, mesmo sendo o lar dos quase 400 indígenas que moram ali.
Resposta
O Agora tentou entrou em contato com o Rancho Pesqueiro Arco-Íris por e-mail, telefone e mensagens nas redes sociais para saber qual o posicionamento dos proprietários sobre a ação realizada pelo Ibama. Foram feitas várias tentativas, porém, o pedido de informações não foi atendido.
A equipe recebeu apenas uma mensagem automática ao entrar em contato com a página do empreendimento no Facebook. "Olá, infelizmente estamos fechados por tempo indeterminado. Logo logo voltamos com as atividades normais, pois estamos em obra para melhoria do local visando a segurança do público".
Assim que a empresa se manifestar, sua versão será acrescida a esse texto.