Ministro do STF vê indícios de propina para deputados

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, afirmou que depoimento de um ex-diretor da Siemens aponta "indícios do envolvimento" dos deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) no esquema de suborno do cartel que atuou no Metrô em São Paulo e decidiu mantê-los no inquérito do caso.

Os parlamentares deixaram secretarias do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em abril para disputar as eleições de outubro.

Ambos dizem que as acusações são infundadas.

Em decisão que se tornou pública anteontem, o ministro excluiu do caso o senador Aloysio Nunes (PSDB) e os deputados federais Edson Aparecido (PSDB) e Arnaldo Jardim (PPS) por entender que não há indícios suficientes contra eles.

Resposta

Os deputado federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP) negam que tenham participado das acusações relatadas pelo delator Everton Rheinheimer.

Anibal, que chama o delator de "bandido", diz que vai pedir ao ministro Marco Aurélio Mello para que as audiências sejam feitas o mais rapidamente possível para esclarecer o caso definitivamente.

Para Aníbal, as acusações contra ele fazem parte de uma estratégia eleitoral do PT.

Garcia diz que "o despacho é claro sobre a inexistência de qualquer outro indício ou prova em relação a mim".

Alexandre de Moraes, advogado de Garcia, diz ter gostado da decisão porque indefere os pedidos de cooperação internacional.

"O único indício existente até agora [de propina] é a delação. O inquérito será arquivado porque as testemunhas não vão confirmar nada."

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