O fantasma ainda assombra

Dados oficiais mostram que, em fevereiro, o país abriu 173,1 mil novos empregos com carteira assinada.

O total de vagas criadas surpreendeu: o saldo superou o dobro do registrado no mesmo mês do ano passado. Foi, inclusive, o melhor resultado em cinco anos.

O governo federal já está otimista: para o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, a retomada será “consistente” ao longo deste ano.

Apesar da boa notícia, foi assustador o que se viu na quarta-feira (27), no centro de São Paulo. Cerca de 15 mil pessoas formaram uma fila quilométrica para disputar uma das 6.000 vagas oferecidas por um sindicato em esquema de mutirão.

Fila gigante se forma no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, no Mutirão de Emprego, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo e o Sindicato dos Comerciários - Danilo Verpa/Folhapress

Desta vez, a procura por um emprego quase triplicou: em agosto do ano passado, 5.500 candidatos buscavam uma das 4.000 vagas oferecidas no mesmo mutirão. Dos 15 mil que estiveram no vale do Anhangabaú, 4.800 não conseguiram nem sequer pegar a senha para triagem e avaliação. No começo da semana, houve trabalhador que até dormiu na fila para conseguir uma recolocação no comércio ou em telemarketing.

A forte recessão dos últimos anos provocou uma multidão de desempregados no país: ainda são 12,7 milhões de brasileiros, segundo levantamento mais recente do IBGE. O drama é ainda maior entre os jovens.

Como se vê, falta um longo caminho para afastar o fantasma do desemprego e criar novos postos de trabalho em uma economia que segue com o freio de mão puxado.
 

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