Descrição de chapéu Editorial

Horário de verão sai de cena

Após 35 anos dividindo opiniões, o horário de verão pode estar com os dias contados no Brasil. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que, neste ano, a prática de adiantar e atrasar os relógios em uma hora será suspensa.

A medida sempre foi polêmica. Em 2017, pesquisa Datafolha apontou ela tinha o apoio de 56% da população. Uma maioria não muito folgada, já que 38% eram contrários à política de economia de energia.
A verdade é que não faltam argumentos, tanto de um lado como do outro.

Com o começo de noite ainda claro, bares e restaurantes lucram mais e até assaltos e atropelamentos diminuem.

No entanto pesquisas sugerem que perder uma hora de sono aumenta a ocorrência de infartos, surtos de depressão e acidentes de trânsito e de trabalho. Sem falar que não é fácil acordar cedo e ainda estar tudo escuro.

O fato é que para economizar energia o horário de verão já não faz tanto efeito: em 2016 foram cerca de R$ 150 milhões, contra pouco mais de R$ 400 milhões três anos antes.

Isso aconteceu após mudanças de hábito da população. Um exemplo é a popularização dos aparelhos de ar condicionado, que deslocou o consumo de eletricidade para toda a tarde, aliviando o auge do pico, entre as 18h e as 19h.

Há alguns anos, a hora extra de claridade mantinha apagadas as lâmpadas incandescentes, que consomem muito mais energia. Agora, com lâmpadas mais modernas, como as de LED, isso já não faz mais tanto sentido.

Seja a favor ou contra, uma coisa é certa: mesmo com a suspensão do horário de verão, o calor do debate tem tudo para continuar. A experiência deste ano vai ser útil.
 

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