A metrópole é uma só

A Grande São Paulo é uma das maiores regiões metropolitanas do mundo, com 21,5 milhões de habitantes e 39 municípios. Com tanta gente, os limites praticamente sumiram, e as cidades estão coladas umas às outras.

Problemas no limite entre São Paulo e Guarulhos. O rio Cabuçu, entre o Jaçanã e Vila Galvão, convive com entulhos jogados - Rubens Cavallari - 8.mai.19/Folhapress

Quem mora ou trabalha em bairros que fazem divisa com a capital tem problemas em comum, principalmente de zeladoria e falta de estrutura. É o velho jogo de empurra: uma prefeitura deixa para a outra, e nada é resolvido.

Um exemplo é o Jardim Zélia, em Itaquaquecetuba, vizinho ao Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo.
O que separa os dois municípios é um córrego, que costuma transbordar e alagar as ruas de ambos os lados da divisa. Tanto os moradores de Itaquá como os do Itaim já reclamaram para as duas gestões, mas as enchentes continuam. 

As fronteiras urbanas também criam situações inusitadas. É o caso de uma rua em Guarulhos que continua no Jaçanã (zona norte). A coleta só recolhe o lixo do lado guarulhense —na capital, a sujeira vai parar em um córrego. Já em Osasco, com a falta de médicos e remédios, pacientes vão ao posto da Vila Jaguaré (zona oeste) para buscar atendimento.

As administrações municipais dizem que fazem o seu trabalho e prometem iniciativas para corrigir tais distorções.

A discussão, porém, vai além. Cada prefeitura não pode mais agir individualmente: trânsito, transporte, saneamento, segurança e outros setores devem adotar ações coordenadas, que atendam as necessidades de toda a região.

É preciso repensar o modelo de gestão, para que de fato haja integração entre as cidades. O problema é que ações conjuntas esbarram na legislação antiquada e, como sempre, em disputas políticas.

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