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Mundo Olímpico: Esporte brasileiro colhe o que não plantou

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São Paulo

O fenômeno Gustavo Kuerten fez o brasileiro grudar na frente da TV para acompanhar um esporte até então pouco conhecido da grande massa nacional, o tênis, entre o fim dos anos 1990 e início de 2000.

Aquele Manezinho da Ilha de Florianópolis, surfista de cabelos cacheados, surgiu como um furacão no Aberto da França, em Roland Garros, e se tornou o número 1 do mundo, posto que manteve por 43 semanas! No total, conquistou 20 torneios de simples na carreira, contando com os três grand slams franceses (1997, 2000 e 2001).

O Brasil Open, no ginásio do Ibirapuera, foi rebaixado do nível ATP para um Challenger
O Brasil Open, no ginásio do Ibirapuera, foi rebaixado do nível ATP para um Challenger - Marcello Zambrana - 2.mar.19/DGW Comunicação

Com um currículo como esse, seria de se esperar que os dirigentes aproveitassem a onda de sucesso e surfassem nela, criando escolinhas e dando condições para que os garotos crescessem, mirando-se no ídolo Guga, para alavancar a modalidade no país. Pois, com exceção da própria escolinha criada por Guga e mantida em algumas capitais, mais nada foi feito para popularizar o esporte.

O resultado dessa falta de interesse começa a aparecer agora, com a confirmação da perda do único torneio de nível ATP que o país organizava, o Brasil Open,  em São Paulo, que agora será disputado no Chile.

Não por coincidência, o torneio ATP 250 teve sua primeira edição justamente em 2001, ano em que Guga se consolidou como líder do ranking mundial e se tornou o primeiro latino-americano a terminar a temporada como número 1. 

A partir de 2020, o Brasil Open, no ginásio do Ibirapuera, passará a ser um torneio Challenger, uma segunda divisão do tênis mundial. Para tentar compensar, a organização anunciou a realização de outros dois torneios da série Challenger: um em Olímpia (SP) e outro em Florianópolis.

O problema é que, como possuem premiação baixa em relação aos torneios ATP, os Challengers não atraem os grandes jogadores do circuito. Assim, só veremos por aqui nomes como Rafael Nadal ou Novak Djokovic em exibições restritas. 

Esse é um grande exemplo do que não se deve fazer.
 

Claudinei Queiroz
Claudinei Queiroz

50 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. Cobriu as Olimpíadas de Atenas-2004 e os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007 in loco e participou da cobertura de todas as Copas do Mundo de futebol e Olimpíadas desde o ano 2000. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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