Caneladas do Vitão: Flamengo não merecia uma direção tão pequena e desumana

São Paulo

Canalha, tu é um verdadeiro canalha... Alô, povão, agora é fé! Ontem, no aniversário de um ano do incêndio que matou dez crianças que sonhavam virar profissionais de futebol do Flamengo, a abjeta e ignóbil diretoria rubro-negra presidida por Rodolfo Landim barrou a entrada dos familiares dos mortos no CT do clube. É muito mais do que o armagedon, é o cúmulo da insensatez, da falta de decência e de respeito aos seres humanos.

Se já não bastasse a postura fria, desumana e pequena de ainda não acertar a indenização (recorrer não fará voltar à vida dez pessoas mortas no Ninho do Urubu) às famílias das vítimas e a frieza asquerosa com outras crianças que sobreviveram à tragédia e já foram dispensadas, a diretoria rubro-negra, que driblou a CPI da Alerj, apequena todos os dias o clube com sua atitude de driblar a responsabilidade do clube. É nojento!

Torcedores do Flamengo espalham camisetas pelo Rio em homenagem a mortos no Ninho do Urubu
Torcedores do Flamengo espalham camisetas pelo Rio em homenagem a mortos no Ninho do Urubu - Flamengo da Gente no Facebook

O Flamengo não é um clube de assassinos, e a sua torcida, que merece todo o respeito, é formada, majoritariamente, por uma massa gigante de pessoas que têm vergonha na cara, respeito às vidas que se foram e que não merecem ser representados por uma diretoria que foge de dar explicações e que não resolve um problema que tem obrigação (se não legal, moral) de resolver!

O torcedor rubro-negro não tem motivo nenhum de ter vergonha da sua paixão. Vergonhoso é o comportamento institucional do clube. O que não diminui o gesto vil de rivais que usam a tragédia que matou dez pessoas para destilar ódio clubístico.

Esta coluna é em homenagem à memória de Arthur Vinicius de Barros Silva Freitas, Athila Souza Paixão, Bernardo Pisetta, Christian Esmerio Candido, Gedson Souza, Jorge Eduardo, Pablo Henrique da Silva Matos, Rykelmo de Souza Viana, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías.

José Saramago: “As palavras proferidas pelo coração não têm língua que as articule, retém-nas um nó na garganta e só nos olhos é que se podem ler”.


Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

42 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

Assuntos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.