Maioria terá regra de pontos na transição da reforma

A reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro cria três regras de transição entre as atuais aposentadorias por tempo de contribuição e o sistema de idade mínima.

A que oferece um sistema de pontos será a mais adequada para 80% dos segurados, diz o secretário de Previdência, Leonardo Rolim.

Agora - A transição curta reduz as vantagens, tanto no sistema por pontos quanto por idade. É possível prolongar esse período?
Rolim - Quem vai ter que ficar mais tempo é aquela pessoa que iria se aposentar muito jovem. É inaceitável diante do cenário de longevidade uma pessoa se aposentar com menos de 50 anos. E essa pessoa iria se aposentar com o fator previdenciário, que iria reduzir substancialmente a renda dela. Um dos princípios é fazer com que a pessoa que espera mais para se aposentar receba mais. Esse é o primeiro aspecto. O segundo é, sim, a transição é mais rápida porque a gente já perdeu muito tempo. Nós perdemos o bônus demográfico, que é o período em que está aumentando a relação entre população em idade e aqueles em idade de inatividade. Esse era o momento ideal para fazer a reforma, mas nós perdemos. Daqui pra frente, a relação entre as pessoas em idade ativa e os idosos e crianças vai só piorar. Não temos tempo para fazer uma transição longa. O Brasil não pode mais esperar para fazer uma reforma. É uma constatação: quanto mais demorar, pior será.

Agora - Quando perdemos o bônus? A reforma de Michel Temer era mais branda.
Rolim - Em primeiro lugar, a gente perdeu dois anos. Para uma transição, faz muita diferença. Se tivéssemos feito em 2011, a transição poderia ter sido muito mais suave. Não fizemos. Pensou-se fazer em 2015, quando já teria que ser mais rápida, mas ainda um pouco menos. Não fizemos. Também tentamos em 2017 e não conseguimos. Quanto mais o tempo passa, mais curta tem que ser a transição porque há menos espaço fiscal que a gente tem para fazer ajustes.

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