Propofol pode gerar parada respiratória

A utilização do anestésico Propofol, um dos medicamentos que causaram a morte de Michael Jackson, é restrito de ambiente hospitalar e seu uso requer constante monitoramento do paciente, pois pode levar a uma diminuição da respiração e até mesmo a uma parada respiratória.

• Médico refuta teorias

"O propofol produz uma depressão respiratória, que é uma diminuição da respiração, o que pode causar uma parada respiratória. Quando isso acontece, uma equipe tem de estar pronta para realizar a respiração artificial no paciente", afirma o anestesiologista Irimar de Paula Posso, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O especialista ressalta que o Propofol não tem indicação para a insônia, como estava sendo utilizado pelo médico Conrad Murray para tratar o Rei do Pop. "É um fármaco de uso hospitalar. Nunca deve ser usado em casa. É um absurdo o que aconteceu com Michael Jackson. Isso mostra a falta de conhecimento do médico."

O propofol é um medicamento que tem curta duração de ação, de cinco a dez minutos, usado em pequenas cirurgias e exames como endoscopia. No caso de longos procedimentos, é possível ministrar o medicamento de forma contínua.

O Propofol, conhecido comercialmente no Brasil como Diprivan, tem a sua ação potencializada com o uso conjunto de outros fármacos. No caso de Michael Jackson, a substância foi utilizada em conjunto com o lorazepam (Lorax), midazolam (Dormonid) e diazepam (Valium).

Segundo Posso, lorazepam, midazolam e diazepam são medicamentos que possuem semelhanças, como indução ao sono e produção de amnésia. Mas, eles possuem tempos diferentes de ação: o midazolam (até duas horas), o diazepam (de seis a oito horas) e o lorazepam (de 12 até 18 horas).