Briga entre torcedores deixa 14 feridos na Grande SP

Jovens marcaram confronto pelas redes sociais em Ferraz de Vasconcelos

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São Paulo

Ao menos 14 pessoas ficaram feridas após uma briga entre torcedores do Corinthians e do São Paulo, na manhã de ontem, em Ferraz de Vasconcelos (Grande SP). Seis das vítimas foram baleadas, ao menos duas esfaqueadas e o restante feridas com porretes e barras de ferro, segundo a Polícia Militar.
O confronto, ainda segundo a PM, foi marcado entre as torcidas pelas redes sociais para o primeiro jogo entre os times que disputam a final do Campeonato Paulista.

Até a conclusão desta edição, cinco torcedores haviam sido presos. A polícia não informou quais eram suas identidades nem para quais times torciam.

 

Dois torcedores do Corinthians que foram baleados permaneciam internados na noite de ontem.
Segundo a Polícia Militar, a briga começou na rua Rafael Anunciado. Imagens feitas por um celular, na varanda de uma casa, mostram dezenas de são-paulinos caminhando pela via, carregando barras de ferro e pedaços de madeira, enquanto gritam.

Outro vídeo, também feito com celular mostra rojões sendo disparados enquanto corintianos, a maioria encapuzados, entram em confronto com outro grupo de torcedores. Segundo a polícia, neste momento tiros são disparados e os torcedores tentam fugir.

A reportagem apurou ainda que houve outro confronto entre torcedores perto da estação Antônio Gianetti, da linha 11-coral da CPTM.

Durante a confusão, veículos que estavam estacionados em ruas próximas tiveram os vidros quebrados e lataria amassada. Imagens feitas no local mostram jovens com muitos ferimentos na cabeça, no rosto e ao menos dois desmaiados. Segundo a polícia, foram apreendidos com os torcedores detidos cinco barras de ferro, um porrete, além de soco inglês. Cinco carros de torcedores também foram apreendidos.
 

Tumulto surpreende morador

Um motorista de 50 anos, morador da região onde o confronto começou, falou ao Agora que a briga assustou os moradores da via. “Tinha um monte de torcedor com barras de ferro e paus. Quando começaram a brigar, alguém sacou uma arma e começou a atirar. Depois disso, se iniciou uma correria”, relatou.

Ele disse ainda que, após a confusão generalizada, sua família e vizinhos ficaram assustados. “Esperamos até a confusão terminar e a rua ficar em silêncio para sair e ver o que tinha acontecido”.
Ele acrescentou que “nunca” havia ocorrido uma situação semelhante no local.

Mãe de jovem diz que perdeu gosto pelo futebol

A reportagem conversou, em condição de anonimato, com a mãe de um são-paulino levado à delegacia.
O jovem, de 20 anos, acordou por volta das 6h para se “preparar para o jogo”. O tricolor paulista enfrentaria o Corinthians no estádio do Morumbi horas mais tarde. “Sempre que tem clássico, a torcida do São Paulo costuma colocar grandes faixas em Ferraz [de Vasconcelos]. Sempre tento evitar que meu filho vá [acompanhar os preparativos da festa], mas hoje não deu certo”, contou.

Tanto a mãe quanto o jovem torcedor moram no bairro de Itaquera (zona leste de SP), região de onde são, segundo a polícia, alguns dos carros que foram apreendidos na confusão. A mulher acrescentou que seu filho trabalha como gráfico e que, abalado, ele chorou durante a detenção. “Ele é chorão. Mas acho que o que aconteceu deve servir de lição, para que ele pense antes de se envolver em confusão da próxima vez”.

Assim como o jovem, a mãe afirmou que também tem como hábito assistir aos jogos dentro do estádio. Porém, de acordo com ela, isso deverá mudar daqui para frente, após o caso envolvendo seu filho. Ela garantiu que “perdeu o gosto pelo futebol”

Pena pode ser afastamento de jogos

Segundo especialista, a punição para os agressores da confusão envolvendo torcedores de São Paulo e Corinthians, caso seja aplicada, pode ser grande.

O advogado Renan Bohus, que responde pela Associação Nacional de Torcidas Organizadas, afirmou que os torcedores flagrados com pedaços de pau, ferros e porretes nas mãos poderão ser indiciados pelo crime de tumulto. O caso ocorreu horas antes de o jogo começar no estádio do Morumbi. “Caso sejam condenados, eles podem ficar afastados dos estádios por até três anos”, explicou.

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