Ministério Público de Contas aponta irregularidade na SSP

Parecer mostra falhas na prestação de contas da segurança pública

São Paulo

Um parecer do MPC (Ministério Público de Contas) aponta irregularidades na prestação de contas, além de problemas estruturais, em 2016, da SSP (Secretaria da Segurança Pública), na época sob gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo o parecer, a polícia investigou somente 14% de todos os crimes registrados no estado no período. Foram instaurados, de acordo com o documento, 406.685 inquéritos a partir de quase 3 milhões de boletins de ocorrência. 

A procuradora Élida Graziane Pinto destaca no parecer que o total de inquéritos instaurados é inferior ao número de casos de crimes violentos registrados -como homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e estupros. "Portanto, revela-se, evidentemente, insuficiente a capacidade estatal de investigação, em face do resultado das atividades desempenhadas [proporção de inquéritos policiais instaurados no exercício em face do número total de ocorrências]", diz trecho do parecer.

Raquel Kobashi, presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, discorda do parecer. "Falar que inquérito policial é um dado de produtividade é uma falácia. Inquérito policial instaurado não mede índice de produtividade", diz.

A SSP não se manifestou até a conclusão desta edição.

Resposta

O Agora questionou a SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), sobre o parecer do Ministério Público de Contas, que apontou irregularidades na prestação de contas da pasta. Até a conclusão desta reportagem, porém, a pasta não respondeu. 

A reportagem perguntou os motivos de a secretaria não informar de forma transparente sobre o número de policiais que trabalham em delegacias, além de ausência de informações sobre o quadro de funcionários. 

Por email, a reportagem também perguntou sobre o sistema Detecta não produzir os resultados esperados, além de solicitar o número de casos em que o monitoramento com câmeras contribuiu.

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