A gestão Bruno Covas (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (13) um novo plano cicloviário da capital. O projeto prevê a implantação de 173 quilômetros de ciclovias até o fim de 2020 e a extinção ou mudança de trajeto de 25 vias atuais.
Serão criadas ciclovias nas avenidas Rebouças e Henrique Schaumann, que terão conexão com a malha cicloviária das avenidas Sumaré, Paulista e Faria Lima, até a Berrini.
A Rebouças terá estreitamento das faixas de rolamento para a implantação da pista para bicicletas (leia mais abaixo).
A ciclovia da Radial Leste, que ligas as estações Itaquera e Tatuapé da linha 3-vermelha do metrô, terá mais 5,7 quilômetros e chegará ao Parque Dom Pedro 2º (região central).
Segundo a prefeitura, 12 quilômetros de ciclovias serão remanejados para melhorar a conexão com outros meios de transportes, para fazer ligação com equipamentos públicos, como parques e escolas, ou porque têm baixo uso.
O projeto ainda prevê a reforma de 310 quilômetros de vias já existentes. No total, a cidade passará de 503 quilômetros de ciclovias para 676.
Entre as que terão mudanças estão a da avenida Bento Guelfi, na região de São Mateus, que irá para o canteiro central, e a da rua Professor Gustavo Pires de Andrade, na Vila Prudente, ambas na zona leste. Segundo a prefeitura, serão feitas outras conexões com ciclovias próximas a elas.
A ciclovia da avenida Duque de Caxias, na região central, também será remanejada para o canteiro central da via para aumentar a segurança dos ciclistas, segundo o secretário municipal de Mobilidade e Transporte, Edson Carran. A prefeitura ainda estuda implantar Zona Azul para estacionamento no lugar da atual via para ciclistas.
Segundo a gestão Covas, o investimento será de R$ 325 milhões e virá acompanhado de um projeto de recapeamento que custará R$ 250 milhões à prefeitura.
Carran diz que na segunda-feira (16) começam as obras na avenida Domingos de Morais, na Vila Mariana, (zona sul), aprovadas em audiência pública desde março de 2018 e que não saíram do papel.
Cicloativista diz que faltou discussão
Para o cicloativista William Cruz, 45 anos, o novo plano cicloviário anunciado pela prefeitura parece positivo, porém, ele se preocupa com as 25 vias que serão remanejadas ou extintas.
“Em nenhuma das audiências públicas esse remanejamento foi discutido”, diz. “Ficamos apreensivos com quem usa essas ciclovias para se locomover.”
Entre os locais que ganharão ciclovias, Cruz destaca a ampliação da pista para ciclista na Radial Leste e a instalação na Rebouças.
Sobre reclamações de motoristas, ele afirma que estreitar o espaço entre os carros não prejudica o trânsito, porque avenidas, como a Rebouças, não são de alta velocidade. “O congestionamento na região existe por excesso de carros, faixas mais estreitas estimulam velocidades menores, que são as previstas na avenida.”
Cruz também afirma que a maior dificuldade para os ciclistas não está nas regiões centrais e grandes avenidas da cidade, mas na periferia, onde há pouca fiscalização e os ciclistas se sentem mais acuados pelos ônibus e automóveis. (MC)
Motoristas e ciclistas divergem sobre Rebouças
A notícia de que a avenida Rebouças (entre a região central e a zona oeste da capital) irá receber uma ciclovia dividiu opiniões.
Para o taxista Everaldo Arruda, estreitar as faixas de rolamento será terrível para o trânsito. Ele afirma que a via já é estreita por conta do corredor de ônibus e que será “impossível dirigir no horário de pico”.
O mesmo é defendido pelo autônomo Marcelo Pereira, 44. “Colocar uma ciclovia aqui será péssimo, quase não tem espaço”, diz.
Já o entregador Daniel Honorio, 19, ficou animado. Ele afirma que há muitos pedidos de entrega de comida em prédios comerciais da Rebouças e que atualmente ele precisa se arriscar entre os carros.
O analista de TI Giovanni Martina, 37, que trabalha na Rebouças, também é favorável às ciclovias. Morador da região central, ele diz que quando as vias forem construídas, ele passará a ir para o trabalho de bicicleta. “É mais saudável e sustentável”, afirma. (MC)
Sistema cicloviário - O que muda?
A prefeitura anunciou nesta sexta-feira (13) que irá extinguir ou mudar o trajeto de ao menos 25 ciclovias da cidade; confira as principais mudanças:
- Capital passará de 503 km de ciclovias para 676 km
- Investimento de R$ 325 milhões
- Novas ciclovias
173 quilômetros serão construídos
- Radial Leste ganhará 5,7 km e chegará até o Parque Dom Pedro 2º
- Av. Henrique Schaumann receberá ciclovia
- Av. Rebouças receberá ciclovia conectando as avenidas Sumaré, Paulista, Faria Lima e Berrini
Remanejamentos
- 25 ciclovias da cidade serão extintas ou terão o trajeto alterado (12 quilômetros)
CENTRO
- Av. Duque de Caxias - Sé
Zona leste
- R. Prof. Gustavo Pires de Andrade - Vila Prudente
- R. Pinheiro Guimarães - Vila Prudente
- R. Mario Augusto do Carmo - Vila Prudente
- R. Bom Sucesso - Mooca
- R. Bresser (entre R. 21 de Abril e R. Cel. Antonio Marcelo) - Mooca
- R. Muniz Falcão - São Miguel
- R. Monte Santiago - Mooca
- R. Haneman - Mooca
- R. Rio Bonito - Mooca
- R. Tobias Barreto - Mooca
- R. Irape - Mooca
- R. Domingos Agostim - Mooca
Zona oeste
- R. Caio Graco - Lapa
- R. Hugo Carotini - Butantã
- Av. Amarilis - Butantã
- R. Cachoeira Poraque - Butantã
- R. Cachoeira do Arrependido - Butantã
- R Juan Alfonseca - Butantã
- R. Pedro Ferrer - Butantã
- R. Carmélia Morano - Butantã
- R. Adherbal Stresser - Butantã
- R. Eudoro Lincoln Berlinck - Butantã
Zona sul
- R. Dona Leopoldina - Ipiranga
- R. Alexandre Dumas - Santo Amaro
Fonte: Prefeitura de São Paulo
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