Aos 88 anos, a aposentada Diva Aparecida Moura sobreviveu a um ataque impiedoso do novo coronavírus. Com uma pneumonia severa, desidratação e sem conseguir se alimentar, ela foi internada no dia 30 de março no Hospital Santa Isabel, na região central da capital, onde ficou por 24 dias, 20 deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“Após dois dias de internação, o resultado do exame deu positivo para o coronavírus. Ela ainda chegou a ficar uma semana intubada. No total, ela ficou 20 dias na UTI e 4 no quarto”, diz Patrícia Moura, de 48 anos, sobrinha de dona Diva.
Ao receber alta, na quarta (22), dona Diva, que ainda tem dificuldades para falar, disse que ficou enfraquecida. “Fiquei muito mole. Não queria saber de nada.”
Como se tornou protocolo durante as internações por Covid-19, os familiares não tiveram acesso a paciente, devido ao necessário isolamento. Por isso, Patrícia conta que a ansiedade foi aplacada um pouco porque os médicos sempre os atualizavam da situação da tia. Mas sem entrarem em detalhes do tratamento.
“Só quando recebemos o relatório de alta que vimos os remédios que ela tomou. Ela foi tratada com antibióticos e a hidroxicloroquina.”
O que deixou a família intrigada foi o motivo do contágio de dona Diva. Sofrendo com mal de Parkinson e sem poder andar há três anos, ela nunca sai de casa, onde é tratada por cuidadoras. Quando precisa fazer algum exame ou ser analisada, são os médicos que vão até a residência. A suspeita é que uma dessas cuidadoras tenha levado a doença.
“Procuramos saber se as cuidadoras estavam com sintomas. Uma delas estava com tosse e a outra estava com pneumonia, mas disse que fez o teste [para o coronavírus] e deu negativo”, disse Patrícia, destacando que os médicos já haviam notado que elas não usavam máscara e luvas.
Após a experiência traumática, a ordem agora é seguir as recomendações médicas. “Reduzimos o número de cuidadoras para duas e agora elas fazem um trabalho mais consciente, com uso de máscaras.”
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