Prefeitura de SP convoca mães para 650 vagas remanescentes de trabalho em escolas municipais

Ao todo, 3.940 mulheres já estão contratadas para fiscalizar os protocolos contra a Covid-19 nas unidades de ensino

Gabriela Bonin
São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), está convocando mães de alunos da rede municipal para preencher as 650 vagas remanescentes do POT (Programa Operação Trabalho) Volta às Aulas. Até a manhã desta sexta-feira (5), 3.940 mães já foram contratadas e estão aptas para trabalhar nas escolas como monitoras de protocolos contra a Covid-19.

"Durante a fase vermelha esse contingente de mães que aderiram ao POT Volta às Aulas será fundamental em um momento de agravamento da pandemia. O funcionamento das escolas em até 35% é essencial para o desenvolvimento dos estudantes e deve ser mantido para a garantia da aprendizagem, desenvolvimento e saúde mental das crianças e adolescentes", explica a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Aline Cardoso.

No último fim de semana, entre sexta-feira (26) e domingo (28), 3.156 mulheres selecionadas foram aos postos do Cate (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) para entregar a documentação necessária e formalizar a contratação.

Segundo a prefeitura, nesta primeira chamada, 1.169 vagas não foram preenchidas pelo não comparecimento das candidatas ou por falta de documentos necessários. Também houve casos de mulheres que não atenderam aos requisitos.

Entre os dias 2 e 3 de março, mães que haviam sido pré-aprovadas para o trabalho foram convocadas por email, telefone e SMS para preencher as mais de 1.000 vagas remanescentes. As mulheres foram orientadas a se dirigir a um dos 13 Cates selecionados para a contratação, entre 10h e 16h, com os documentos exigidos.

Até o fim desta quarta-feira (03), 943 vagas continuavam em aberto. Por isso, mais 480 mulheres foram chamadas para a contratação nos postos do Cate nesta quinta (4), quando ainda restavam 650 oportunidades.

"É importante ressaltar que as mulheres que foram habilitadas para trabalhar e assinaram o termo e não comparecerem, tendo três faltas sem justificativa, serão desligadas do programa e outra candidata será convocada, de acordo com critérios do Programa Operação Trabalho", explica a secretária. "Assim como as que não foram aos postos do Cate nos prazos que foram prorrogados também perderam a vaga."

Teve início na segunda-feira (01), o programa Mães Guardiãs. Funcionária mede temperatura de aluno na EMEF Professor Fernando de Azevedo, na zona leste. - Rivaldo Gomes/Folhapress

Atividade

Mais de 3.000 mulheres começaram a trabalhar nesta segunda-feira (4). A proposta é que cada escola de administração direta da Prefeitura de São Paulo receba três mães para auxiliar no cumprimento do distanciamento social e dos protocolos sanitários contra a Covid-19 durante seis meses.

A carga de trabalho é de 30 horas semanais, divididas em seis horas por dia, e as mães receberão R$ 1.155 mensais. As funções incluem a aferição de temperatura, higienização de equipamentos e ambientes de uso coletivo, monitoramento e sensibilização no ambiente escolar.

O POT Volta às Aulas é uma parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, da Educação e da Saúde.

Segundo o secretário municipal de Educação, Fernando Padula, as mães não são responsáveis pelo trabalho de limpeza, mas sim, pelo cumprimento dos protocolos. "Quando uma turma sai, aí sim, [a mãe contratada poderá ajudar com] a higienização das carteiras, mas não a limpeza bruta das escolas. Essa é feita por uma empresa contratada que faz esse trabalho. A mãe vem apoiar o protocolo", explica.

Critérios de contratação

Os critérios de seleção das mães do POT incluíram estar desempregada há mais de quatro meses e ter renda familiar de até meio salário mínimo (R$ 550) por pessoa da família.

Para que uma mulher pudesse ser contratada, também tinha de ser mãe de aluno da rede municipal e com idade ente 18 e 50 anos. Por conta da alta demanda - cerca de 37 mil pessoas aptas - foram criados critérios de desempate, como maior tempo de desemprego e prioridade para mulheres mais velhas.

"Uma mãe mais próxima dos 50 anos e desempregada há mais tempo tem mais dificuldade de conseguir um emprego no mercado. Ao dar essa oportunidade a ela, nós vamos impulsioná-la para que ela tenha mais chance de voltar", justifica a secretária Aline Cardoso.

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