Capital paulista não renova contrato e SPTaxi está fora do ar

Aplicativo de transporte fica indisponível até que outra empresa assuma operação, segundo prefeitura

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), não renovou o contrato com Alias Tecnologia, empresa que operava o aplicativo SPTaxi, que está fora do ar desde sexta-feira (16), afetando cerca de 1.000 taxistas cadastrados, além de passageiros que usavam serviço.

A SMT (Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes) assinou o contrato com a Alias, vencedora da licitação para gestão da ferramenta, em 15 de julho do ano passado. O contrato tinha validade de 12 meses, que, segundo a prefeitura, venceu na última quinta-feira (15). “O aplicativo ficará indisponível até que outra empresa possa assumir sua operação. A prefeitura prepara uma nova licitação, que será publicada em Diário Oficial”, afirma em nota.

Ponto de táxi na próximo a avenida Francisco Matarazzo
Ponto de táxi na próximo a avenida Francisco Matarazzo - Danilo Verpa/Folhapress

O taxista Rafael Simões de Oliveira, 39 anos, é um dos motoristas afetados com a indisponibilidade do aplicativo. Ele trabalha em uma cooperativa de táxi, mas usava o SPTaxi para conseguir renda extra.

“A realidade de outros taxistas é bem diferente se comparado com a minha que trabalho em uma cooperativa [de táxi]. O meu sustento tiro 99% da cooperativa, que tem bastante cliente. Mas o SPTáxi é um complemento da renda”.

Oliveira falou que antes da pandemia de Covid-19 chegou a fazer até 10 viagens por dia com o aplicativo. Segundo ele, o SPTaxi era bom porque tinha uma boa clientela e cobrava uma taxa menor de uso, 8,95%, em comparação a outros aplicativos, que chegavam a 15%.

Outro ponto positivo destacado pelo taxista sobre o aplicativo era a segurança. Ele disse que nunca teve problemas com roubos e nem ouviu colegas que tenham sido assaltados por passageiros. Em outros aplicativos, ele afirma que pode indicar várias pessoas que foram roubadas.

“É um absurdo [a prefeitura] deixar o contrato acabar para procurar outra empresa e deixar o aplicativo fora do ar. Falta de transparência total da prefeitura e da Aliás Tecnologia. Quem sai prejudicado é a população e os taxistas”.

A taxista Fatima Teixeira, 54, diz que todos os taxistas estão revoltados com o aplicativo fora do ar porque estão perdendo clientes. Ela usava o SPTaxi desde o início, incentivava outros colegas a usarem, chegou a pagar propaganda no UOL e, ainda, a fazer panfletos e cartões.

“Eu lutava para ele [SPTaxi] dar certo, incentivava os colegas e ia nos pontos de táxis para ajudar eles a baixarem aplicativo. Queria uma ferramenta para a gente competir com os aplicativos que têm no mercado”.

Fatima afirma que utiliza vários aplicativos, mas dava preferência para o SPTaxi porque não tinha que concorrer com carros particulares. Ela chegava a fazer até dez corridas por dia. “Queria resgatar os passageiros para o táxi, [o aplicativo] tinha opção do passageiro avaliar”.

A taxista diz que procurou o DTP (Departamento de Transportes Públicos) e foi informada que deve demorar de 40 a 50 dias para a nova empresa assumir. Para ela, isso é um desrespeito com os taxistas que lutam desde a implantação do aplicativo para conseguir a adesão de táxis e usuários.

“Vamos perder os clientes que a gente tinha e tomar prejuízo. Os clientes vão tentar chamar o SPTaxi, não vão conseguir, vão desinstalar e pedir por outro aplicativo”.

A empresa Aliás Tecnologia diz em nota que diversas atualizações e novas funcionalidades foram executadas durante os 12 meses de contrato. “O principal desafio da gestão do SPTaxi foi modernizar o aplicativo, trazendo a modalidade de pagamento online de corridas e transformando-o de um localizador de corridas, numa plataforma de transporte individual eficiente, ágil e competitiva”.

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