Reforma escolar de Alckmin repete mudanças de Covas

A mudança anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na rede estadual, com o fechamento de 93 escolas é a continuidade e o aprofundamento da reforma feita há 20 anos por Mario Covas (PSDB), de quem foi vice, segundo a Secretaria da Educação.

Na ocasião, mais de 20 mil professores perderam o emprego e ao menos 150 escolas foram fechadas, segundo especialistas.

O governo Covas promoveu a separação dos alunos por ciclos e instituiu a reprovação apenas na quarta e na oitava séries (último ano de cada etapa).

Apesar dessa separação, escolas ainda tinham os anos finais do ensino fundamental (de 6º ao 9º) juntos com o ensino médio.

Agora, a ideia é separar completamente essas turmas do ensino médio.

"Isso deveria ter continuado sempre. Essa reorganização, trabalhar com segmentos, é boa para a educação, principalmente para uma rede tão grande quanto a nossa", diz a subsecretária Raquel Volpato.

Sobre a municipalização, ela se mostra favorável.

"Seria importante que as prefeituras ficassem com todos [alunos], para podermos nos especializar [no ensino médio]."

Resposta

A secretária-adjunta da Educação, Irene Miura, diz que a reorganização tem motivação pedagógica.

"Para as crianças, tem que ter um ambiente mais lúdico. As carteiras são diferentes. Já um pré-adolescente está entrando na puberdade, a gente lida com a expressão da sexualidade. No ensino médio, eles estão se preparando para o mercado de trabalho", diz.

Segundo ela, houve ampla discussão com a comunidade antes da mudança, não haverá superlotação de salas e serão feitos ajustes em relação às distâncias entre a casa do aluno e a nova escola.

Ela nega risco de desemprego, pois o governo nomeou recentemente 5.000 professores.

Segundo a secretaria, a escola Miss Browne estava com ociosidade de 60%.

Secretária da Educação do governo Covas, Rose Neubauer defende as mudanças.

"A escola paulista tinha indicadores piores do que os do Nordeste na época. No programa de governo, já dizia que haveria uma organização por ciclos de aprendizagem", afirma.

"Se não fizéssemos a reorganização, não chegaríamos a lugar algum."

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