Morte de calouro na USP completa dez anos no próximo domingo

A esperança de ver condenados os acusados da morte de seu filho, Edison Tsung Chi Hsueh, afogado em uma piscina da USP durante o trote de 1999, não completará dez anos no próximo dia 22 para a mãe dele, a imigrante chinesa Yen Yin Hwa, de 64 anos. "Perdemos a esperança. Não existe Justiça no Brasil", afirma.

Ela atendeu à reportagem da janela de sua casa em uma rua pacata de Santo Amaro (zona sul de SP), a mesma da época da tragédia e onde reside hoje com seus dois outros filhos.

O sentimento de "impunidade" abreviou também a vida do marido, o engenheiro civil Hsueh Feng Ming, que morreu no ano passado, aos 65 anos. "Ele começou a piorar do coração em 2004. Pôs marcapasso. Foi por causa do desgosto em razão da falta de uma solução para o caso."

O jovem morreu aos 22 anos. Após a aula inaugural, foi pintado e seguiu com outros calouros e os veteranos para a atlética da USP. Seu corpo foi achado no fundo da piscina na manhã seguinte. Em 2006, o caso foi arquivado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que entendeu que não havia elementos suficientes para justificar a acusação de homicídio.

Yen deixa sua casa todo dia de manhã e volta apenas à noite. Trabalha em um bazar, o que, segundo ela, ajuda a não ficar "doente" remoendo o passado.