22/02/2015

Sucesso sem idade

Vivian Masutti
do Agora

No mês que vem, completam-se 70 anos de morte de Anne Frank (1929-1945), a garota judia que ficou famosa no mundo todo por ter mantido um diário, publicado após sua morte, durante o período em que viveu escondida, na Segunda Guerra Mundial, fugindo da perseguição nazista.

Passados 68 anos da primeira publicação do livro, ele continua atraindo cada vez mais leitores.

No Brasil, em particular, as principais versões editadas pela Record (de bolso, de capa dura e a definitiva, que vão de R$ 22 a R$ 55) estão há meses entre as obras mais vendidas das livrarias.

A obra passa longe de ser apenas um retrato dos horrores da guerra. Anne era uma crítica sagaz e uma escritora extremamente talentosa para seus 13 anos.

Presa com a família e os amigos em um porão, passando fome, frio, medo e vendo os nervos beirarem a loucura, ela escreveu um dos maiores clássicos da literatura de todos os tempos: narrou a difícil relação com os pais, o início da adolescência, a descoberta do amor, do sexo, da amizade e do ódio entre as pessoas.

Por isso, o sucesso de Anne não tem idade. Vai continuar comovendo leitores de todas as faixas etárias, por muitas gerações.

Editora crê que filme alavancou sucesso recente

Segundo Renata Pettengill, editora-executiva de ficção estrangeira da Record, um dos motivos do recente sucesso de vendas de "O Diário de Anne Frank" no Brasil é o fato de outro best-seller infantojuvenil, "A Culpa É das Estrelas", retratar uma visita da protagonista ao Museu Anne Frank, em Amsterdã, na Holanda.

"O livro foi adaptado para o cinema, o que também pode ter sido um dos motivos do aumento da procura pelo diário", fala Renata, sobre a obra do escritor americano John Green, fenômeno da atualidade.

Veja as diferentes edições do diário vendidas no país

Ao lado, as três edições distintas de "O Diário de Anne Frank" disponíveis no mercado brasileiro: a de bolso, sem fotos e como formato menor (é a mais econômica); a tradicional, com capa brochura, orelhas e encarte de fotos no meio do livro; e a edição de capa dura, que tem mais imagens do que a tradicional, todas dispostas ao longo do livro.

Vale lembrar que a edição tradicional, que é a definitiva, traz os trechos que o pai de Anne Frank, Otto (o único da família que sobreviveu ao Holocausto), cortou para a publicação de 1947.

Vivian Masutti, 29 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa. No Agora, é editora-assistente do caderno "Show!" - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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