Orgulho nacional

O escritor Machado de Assis (1839-1908) ficaria satisfeito em saber que o prêmio que leva o seu nome (a principal congratulação da literatura brasileira) foi entregue no último dia 16 ao escritor Rubem Fonseca, 90 anos.

A honraria é concedida pela Academia Brasileira de Letras desde 1941, pelo conjunto da obra dos principais autores nacionais.

Ainda na ativa –seu último lançamento foi em maio, "Histórias Curtas" (R$ 34,90, 176 págs., Nova Fronteira)–, Fonseca contribuiu, ao longo de sua trajetória nas letras, para a formação de uma literatura essencialmente brasileira, como era a grande vontade de Machado.

Primeiro por ter romanceado importantes momentos históricos do país, como em "Agosto" (1990), ambientado nos anos 1950, retratando os acontecimentos que levaram ao suicídio do então presidente Getúlio Vargas (1888-1954).

Segundo, porque conseguiu, sem quebrar as regras gramaticais, impor um estilo direto e simples, que aceita palavrões e outras obscenidades da língua falada.

Fonseca é um escritor popular. O pudor, a brutalidade, a sexualidade e a fragilidade do ser humano estão, por exemplo, em "José" (R$ 36,90, 168 págs.) e em "Axilas e Outras Histórias Indecorosas" (R$ 39,90, 216 págs.), ambos da Nova Fronteira, de 2011.

A ocasião do prêmio é um bom incentivo para quem não conhece saber mais da obra do autor, que vai de contos, passando por crônicas, a romances históricos.

Vivian Masutti, 29 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa. No Agora, é editora-assistente do caderno "Show!" - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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