Ex-campeões lamentam a queda

Em 1983, com um time pouco conhecido (cujo capitão era Nelsinho Baptista), mas bastante empenhado, o Juventus alcançou o auge ao vencer a Taça de Prata (atual Série B) do Brasileiro.

Atletas que estiveram naquela conquista não se conformam com a atual situação do time da Mooca.

"É difícil engolir. Quando me contaram que [o Juventus] tinha caído para a terceira divisão, entrei em choque", diz José Fernando Naval, o Gatãozinho, meia-esquerda daquela equipe.

"Eu até comentei com o Jura [ex-lateral do São Paulo], que dá aula em uma escolinha de futebol comigo, em Piracicaba, e ele também não se conformou. Um time da tradição do Juventus, que tinha tanto potencial, chegar a uma Série A-3", lamenta.

"É muito triste esta situação. O Juventus sempre esteve na elite, teve equipes de base fortes e mesclava com jogadores experientes. Hoje mudou muito, não existe mais jogador comprometido com o clube, com garra. Ele não cria raiz. Alguma coisa errada aconteceu", comenta o ex-zagueiro Deodoro José de Almeida Leite, que atuou no Juventus por 13 anos.

"A Taça de Prata foi importante porque é muito difícil uma equipe média conquistar um título", recorda o zagueiro, que hoje dá aula em escolinhas de futebol no Jardim Morumbi e no Parque Doroteia, na capital.

"A final com o CSA foi no Parque São Jorge e diziam que ninguém ia ver. Mas o Juventus é o segundo time de todo paulistano e colocamos mais de cinco mil pessoas lá", afirma Deodoro.

O ex-jogador defende uma reestruturação do futebol. "O Juventus precisava chamar gente comprometida, que tem história no clube, para ajudar lá, como fazem o São Paulo e o Vasco."