Descanse em paz?
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Em março deste ano, em entrevista ao Agora, o prefeito Bruno Covas (PSDB) elegeu o serviço funerário como o pior dos prestados pela administração.
"A prefeitura não dá conta de todos esses cemitérios. A reclamação é generalizada, classes A, B, C, D e E, em todos os cantos da cidade", reconheceu o prefeito à época. Pelo que o Vigilante Agora descobriu, não há mesmo como discordar.
A reportagem visitou cinco cemitérios, além do crematório da Vila Alpina (zona leste). Apesar da ligeira melhora na limpeza, os problemas de manutenção continuam, principalmente devido a furtos de grades e placas de cobre.
Maior de São Paulo, o cemitério da Vila Formosa (zona leste) é um abandono só. Nos dias chuvosos, a lama toma conta das alamedas entre os túmulos. Mas o pior é a sensação de insegurança, reclamação compartilhada pelos visitantes --além dos ladrões, até mesmo cães avançam nas pessoas na porta do velório.
Algumas situações beiram o inacreditável. A reportagem flagrou uma moradora de rua, seminua, tomando banho em uma torneira do Araçá (centro). E, pela manhã, funcionários costumam encontrar pessoas dormindo em gavetas onde deveriam estar os caixões.
A falta de vigias ameaça ainda o patrimônio cultural, como no cemitério da Consolação (centro), onde há uma galeria de arte que é alvo frequente de furtos.
A prefeitura diz que faz rondas nas unidades e promete melhorar a zeladoria.
Covas, porém, afirma que a solução só virá com a privatização, que está em andamento. Pode ser verdade.
Mas, enquanto isso, o serviço precisa melhorar —até porque, além da perda de um ente querido, o paulistano tem que enfrentar preços salgados para pagar o funeral.