Um ano de Brumadinho
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Neste sábado (25) completam-se 12 meses da queda da barragem em Brumadinho (MG). Na maior catástrofe ambiental da história do Brasil, o tsunami de lama vitimou 270 pessoas. E tudo isso aconteceu apenas três anos depois de tragédia semelhante em Mariana, também em Minas Gerais.
A apuração das responsabilidades está longe de ser concluída. O Ministério Público apresentou denúncias contra 16 pessoas, por homicídio doloso (com intenção), e as empresas Vale e Tüv Süd, por crimes ambientais. Falta a Justiça aceitá-las, processar os acusados e, se chegar a tanto, definir as condenações.
O processo é lento e complexo. A experiência com a outra tragédia envolvendo a Vale, coproprietária da Samarco em Mariana, mostra que não é fácil responsabilizar executivos e engenheiros.
Mas, qualquer que seja o desfecho na Justiça, nada apagará o fato de que a empresa ergueu prédio administrativo e refeitório no caminho da maré de lodo. Tamanha negligência permanecerá com a companhia por muito tempo: afinal, sem tal decisão, o total de vítimas jamais chegaria às três centenas.
Só em 2019 a Vale desembolsou R$ 6,6 bilhões com indenizações e outras despesas. As famílias dos mortos recebem compensações que podem superar R$ 1,5 milhão, dependendo do número de dependentes além do cônjuge. É evidente, porém, que isso está longe de representar a dimensão do dano social e do sofrimento humano causados pelo desastre.
A reparação só estará completa quando multinacionais do porte da Vale e o despreparado poder público no Brasil se mostrarem competentes para proteger a população. Remediar é bom, e obrigatório, mas prevenir é melhor.