O terço de Bolsonaro
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A nova pesquisa do Datafolha reforça a ideia de que o presidente Jair Bolsonaro é sustentado por um grupo minoritário —mas muito resistente— de apoiadores. De acordo com o levantamento, 32% dos brasileiros aprovam o desempenho do governo, 44% o reprovam e 23% o acham regular.
A pandemia expôs o despreparo de Bolsonaro e sua equipe para lidar com a crise na saúde pública e na economia, levando a um aumento da taxa de reprovação do governo nos últimos meses.
Mas o Datafolha mostra que o apoio ao presidente se manteve, apesar do aumento acelerado das mortes, da recessão e dos conflitos com outros Poderes.
Nem mesmo o impacto da prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, que foi achado pela polícia na casa de um advogado do presidente, parece ter sido forte o bastante para alterar esse quadro.
Quase dois terços dos entrevistados acreditam que Bolsonaro sabia que o amigo estava escondido ali, mas metade duvida que ele esteja envolvido nas rachadinhas que tornaram seu filho Flávio e Queiroz alvo de investigações.
Apesar disso, a pesquisa mostra os sinais de desgaste: a maioria considera o presidente pouco inteligente e autoritário; 46% nunca confiam no que ele diz.
A base de seguidores fiéis de Bolsonaro, equivalente a um terço do eleitorado, ajuda a protegê-lo —e ajuda a explicar por que pedidos de impeachment não têm prosperado.
Mas não deixa de ser uma minoria, sinal do espaço estreito no qual o presidente transita. Bolsonaro sabe disso e, como consequência, tem maneirado nos atos e palavras. Se continuar assim, talvez as pessoas passem a achá-lo mais sensato nas pesquisas.