A reinfecção
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Cientistas da Universidade de Hong Kong registraram o primeiro caso comprovado de reinfecção por Covid-19 no mundo. Um honconguês de 33 anos tinha ficado doente, se recuperado e recebido alta em abril. Ele viajou para a Espanha e, ao voltar, no começo deste mês, teve novo resultado positivo para o vírus, ainda que sem sintomas.
O caso é importante porque mostra que a imunidade não está totalmente garantida mesmo para quem já teve a doença. Muitos especialistas já acreditavam mesmo que o novo coronavírus não iria desaparecer, a exemplo dos vírus da gripe comum e do resfriado, que os corpos humanos aprenderam a combater.
Com isso em mente, é prioridade descobrir qual a frequência do segundo contágio. Mesmo que o fenômeno seja raro, devem-se esperar ocorrências entre os 26 milhões de casos globais de Covid-19 (que chegam às centenas de milhões levando em conta a subnotificação).
É positivo que não tenham surgido milhares de reinfecções entre os asiáticos —os primeiros vitimados pelo vírus— e que o paciente honconguês não tenha tido sintomas no seu segundo contágio.
Por outro lado, a possibilidade de reinfecção mostra que o buraco é mais embaixo. A ideia de “passaporte de imunidade” se enfraquece; quem já teve a doença não pode se considerar protegido nem a médio prazo. Também há chances de que a vacina precise de reaplicação periódica, inclusive para pacientes recuperados.
Agora que uma nova contaminação foi provada, pode-se esperar uma alta nos registros de reinfecção. Depois de Hong Kong, a Bélgica e a Holanda anunciaram casos. São Paulo, ao menos, já tem um ambulatório específico para isso, no Hospital das Clínicas.