Parques (quase) reabertos

Embora tenha procurado se guiar por critérios técnicos na reabertura gradual das atividades depois do pior da pandemia, a cidade de São Paulo não deixou de dar alguns exemplos de incoerência durante esse processo.

Com a melhora em seus indicadores, a capital avançou para uma nova fase do plano estadual de retomada. Tanto os espaços de trabalho e consumo como os de lazer têm se aproximado de seu uso normal.

É o caso dos mais de cem parques paulistanos: fechados por quase quatro meses, eles começaram a reabrir no mês passado com restrições de horário, número de visitantes, dias de funcionamento e atividades permitidas, além do uso obrigatório de máscaras. Nessa segunda (24), 70 deles voltaram a ficar abertos em seus horários normais.

Visitantes diante de cerejeiras no parque do Carmo, na zona leste de capital paulista - Karime Xavier - 6.ago.20/Folhapress

Apesar disso, o prefeito Bruno Covas (PSDB) determinou que eles sigam fechados aos sábados e domingos, quando a população tem mais chances de utilizá-los. É uma decisão no mínimo esquisita, especialmente levando em conta que as lojas e shoppings já estão liberadas para funcionar em tempo integral, inclusive nos fins de semana.

Os especialistas concordam que espaços fechados, mal ventilados e com ar condicionado são os locais com maior risco de contaminação pelo Sars-CoV-2 —ou seja, shoppings e lojas. Por serem abertos, os parques oferecem menos risco ao frequentador, além de serem uma opção importante de lazer e socialização no contexto do isolamento.

Covas diz que a restrição é uma medida para evitar aglomerações. Isso é algo que pode ser resolvido com uma gestão competente dos parques, capaz de controlar a entrada dos visitantes, orientá-los e, na medida do possível, fiscalizá-los.

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