Apesar de Bolsonaro
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Os brasileiros enfim voltam a respirar com algum alívio diante da marcha macabra da Covid-19. Nada assegura, porém, que a desaceleração nas estatísticas se sustente num país em que a irresponsabilidade sentou praça na própria Presidência da República.
Os números não mentem, por mais que Jair Bolsonaro se empenhe em negar a gravidade da pandemia. Com mais de 145 mil óbitos acumulados, a nação que ele governa, ainda que tenha apenas 3% da população mundial, concentra 14% das mortes de todo o planeta.
Pela primeira vez, porém, o Brasil deixou o estágio de estabilidade (elevada, diga-se) no qual se achava há 40 dias. Agora, firma-se numa fase em que os casos novos exibem uma queda relevante.
No pior momento de agosto, a média móvel diária de infecções chegou à alarmante cifra de 46,2 mil. Caiu agora a 26,5 mil, em boa parte pela retração da doença na cidade e no estado de São Paulo.
Ninguém pode se dar por satisfeito, porém, quando de 600 a 700 pessoas ainda morrem todos os dias de Covid-19.
Enquanto não há tratamento nem vacina eficazes, esses brasileiros são vítimas de uma moléstia que pode ser prevenida com distanciamento e máscaras.
Um dos fatores para esse péssimo desempenho do país foi a incapacidade de organizar uma testagem maciça da população --o que era essencial para isolar os contaminados e contatos diretos e para desenhar uma estratégia nacional.
Coordenar prefeitos e governadores nessa empreitada cabia a Bolsonaro, que investiu no oposto, menosprezando o coronavírus. A negligência só prolongou e acentuou uma crise sanitária, econômica e social cujos efeitos apenas agora começam a se abrandar.