Quase seis meses após o início da pandemia de Covid-19, ainda há mais dúvidas que certezas com relação ao retorno presencial das aulas. As tentativas pelo mundo foram irregulares, e não há clareza quanto ao papel dos mais jovens nas cadeias de transmissão do Sars-CoV-2.
Apesar disso, alguns consensos vêm se formando sobre o tema. Felizmente, o plano do estado de São Paulo —que teve os detalhes divulgados na terça (1º)— parece cumprir a maior parte deles.
A partir de 8 de setembro, escolas públicas e privadas poderão retomar, de forma experimental, atividades não curriculares, como reforço, recuperação, plantão de dúvidas, entre outros.
Isso valerá só para as cidades que estiverem há pelo menos 28 dias na chamada fase amarela, a terceira numa escala de cinco no índice de evolução da Covid-19. As turmas serão reduzidas e as escolas deverão seguir as medidas de segurança: distanciamento de 1,5 metro, uso de máscaras, distribuição de álcool em gel.
Profissionais que estão nos grupos de risco não serão obrigados a participar da retomada. Os pais também terão liberdade de escolher se enviam ou não os filhos —medida justa para proteger as pessoas com comorbidades nos lares.
O período fora das escolas tem prejudicado os estudantes, especialmente os mais carentes. Os alunos que estão entre os 20% mais pobres aprenderão 87% a menos nesse ano do que num período normal, segundo cálculo de um grupo ligado à Rede de Pesquisa Solidária.
Voltar às aulas é fundamental, mas deve ser feito com segurança. O plano paulista parece equilibrar esses deveres. Se der certo, servirá como período importante de testes para o retorno definitivo, planejado para o mês que vem.
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