Bolsonaro a perigo
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Ao atacar diariamente as autoridades responsáveis pelas eleições do país, o presidente Jair Bolsonaro comete crime de responsabilidade em potencial e reduz suas perspectivas de terminar o mandato e obter a reeleição.
É provável que o desespero diante do risco de deixar o poder leve Bolsonaro aos ataques, que mereceram uma resposta dura dos presidentes do Senado e do Tribunal Superior Eleitoral.
Se for isso, pode-se esperar mais esperneio autoritário após a divulgação dos resultados da pesquisa Datafolha sobre impeachment e intenção de voto.
Pela primeira vez, forma-se maioria favorável à abertura de processo por crime de responsabilidade na Câmara dos Deputados. A cada 100 eleitores entrevistados, 54 apoiam a deflagração do impeachment e 42 a rejeitam.
Questionados sobre a capacidade do presidente de liderar o país, 63% responderam que ela não existe, outro recorde. Não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro no escrutínio de outubro do ano que vem 59% dos consultados. Nenhum outro nome testado obteve mais que 37% de rejeição eleitoral.
Nas simulações estimuladas de primeiro turno, Bolsonaro tem 25% das intenções de voto, mesmo patamar dos que consideram bom ou ótimo o seu governo. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece 21 pontos percentuais à frente.
A seu favor, Jair Bolsonaro tem um horizonte de recuperação provável do emprego e de superação gradual da pandemia, pelo avanço agora acelerado da vacinação —que ele sabotou. A questão é saber se ainda resta paciência em setores populosos do eleitorado com a desastrosa administração federal.